tag:blogger.com,1999:blog-322448152024-03-07T04:14:15.312-03:00bagaceira fanzineSomos produto do meio, somos o bagaço do bagaço, bagaceira, sem medo de ser livre!Larissa Marques - LM@rqhttp://www.blogger.com/profile/04110838933863416412noreply@blogger.comBlogger19125tag:blogger.com,1999:blog-32244815.post-61522279597326335482009-04-10T18:52:00.000-03:002009-04-10T18:53:36.273-03:00bagaceira #19 (em construção)<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjufvk9QThnBusPxiTQwzbD3hR-VQIntlMsqq3YgWrNZ0X_9-aJ3yDoXAP70lKkzlZpHQ99dTxCUdLeb1XqrkpACcGXu2efK_aWoOMaMUH3qnWx1WMJ9s2yWJ9Vg3NNbVcqbUm_/s1600-h/capa_bg_19.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 220px; height: 400px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjufvk9QThnBusPxiTQwzbD3hR-VQIntlMsqq3YgWrNZ0X_9-aJ3yDoXAP70lKkzlZpHQ99dTxCUdLeb1XqrkpACcGXu2efK_aWoOMaMUH3qnWx1WMJ9s2yWJ9Vg3NNbVcqbUm_/s400/capa_bg_19.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5323184162582047842" /></a>Larissa Marques - LM@rqhttp://www.blogger.com/profile/04110838933863416412noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-32244815.post-2224701913362762042009-03-10T18:35:00.000-03:002009-04-10T18:52:39.422-03:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjF9M4_x_mpYYXIuMEjdewQv0WVsfQFZ5ID4IbV9Dt4JeJ6zD_JnJEZgx22Ae3hrXLAis5aP4soBDWH1yh61VYD2Uj1oyaSqGxviD5lX1VcI3Owjp04ETKQhcsIVKgFVM-0u0HY/s1600-h/capa_bg_18.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 220px; height: 400px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjF9M4_x_mpYYXIuMEjdewQv0WVsfQFZ5ID4IbV9Dt4JeJ6zD_JnJEZgx22Ae3hrXLAis5aP4soBDWH1yh61VYD2Uj1oyaSqGxviD5lX1VcI3Owjp04ETKQhcsIVKgFVM-0u0HY/s400/capa_bg_18.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5323179665683544978" /></a><br />Anatomia de um rio <br /><br /><br />Às margens desse rio asfixiado,<br />habitado pela merda expelida das casas<br />e o ácido excedente das indústrias,<br />homens pararam por um instante –<br />testemunharam seus reflexos no espelho<br />antes de seguir viagem; outros<br />velaram toda uma noite atrás de um peixe.<br /><br />Nessas águas espessas,<br />violentadas pelo óleo das auto-estradas,<br />oprimidas pelo caldo dos bueiros,<br />mulheres lavaram a roupa e as mágoas;<br />outras se aliaram ao corpo do rio<br />para ajudar as flores a resistirem ao inverno<br />e os tomates a se rebelarem contra a seca.<br /><br />Às margens desse rio viciado,<br />picado pela agulha dos hospitais,<br />assaltado pela indigestão dos restaurantes,<br />meninos caçaram animais que por ali se aventuravam<br />ou simplesmente ficaram ao vento –<br />que não tinha o cheiro senão do campo que percorria.<br /><br />Rafael Nolli<br />**********************************<br /><br />densidade<br /> <br />toda a manhã procurei <br />esconder dos teus olhos<br />esse peso na alma,<br />essa inquietude,<br />essa fome.<br /><br />é pouca coisa ou, quase nada<br />um vago temor,<br />um medo que me espalma<br />sem pressa <br />apesar da calma <br />disfarço,<br />deslizo.<br /><br /><br />me escondo,<br />dentro da folha branca<br />procurando<br />sílabas,<br />palavras,<br />salvação<br />nesse poema que me entala<br /><br />te engano,<br />te beijo<br />e sigo <br /><br />esforço tenso <br />em tentar ser <br />densamente leve, <br />levemente densa <br /> <br />Rosa Cardoso<br />***********************<br /><br />A Travessia<br /> <br />Matem-me amanhã<br />e serei novamente um cadáver agradecido<br />com um sorriso nos lábios<br />e a tranqüila serenidade<br />daqueles que não souberam que partiram,<br />dos que se foram sem se despedir<br />(lançados ao espaço por desproporcionais choques de massas)<br />enquanto o corpo descrevia uma parábola descendente<br />parando no meio do asfalto,<br />meio morto<br />(morte de cachorro louco, dia frio, na beira de um meio-fio)<br />Nós,<br />os que sempre se vão na hora errada<br />não queremos mais mundos obscuros<br />onde as lágrimas não podem passear pelos rostos<br />e as dores não podem ser acariciadas<br />à luz do dia<br />Todos os dias<br />Por conta dessa noite de virgens loucas<br />a poesia nada mais é que um momento trágico e mágico<br />eternizado por uma pena perdida<br />(no fel da loucura embebida)<br />servida em cálices altos<br />aos que se embebedavam<br />no festim da vida<br />E por conta de toda esta embriaguez<br />é que viramos a cidade de pernas pro ar,<br />somente para encontrar<br />um par de pernas<br />cruzadas<br />Os que vierem depois disso quase nada entenderão<br />(farão falsos discursos em monocórdios maquinados)<br />mas o mundo muda de repente <br />(à revelia)<br />e a travessia pode se dar à qualquer hora<br />confirmando assim a única certeza da vida<br />Meu presente para o futuro é um passado sem glórias<br />Ainda agarro a felicidade pelos cabelos<br />e a beijo sem volúpia e sem vontade<br />apenas para ter o prazer de lhe cravar os beiços<br /><br />Cristiano Deveras<br />*******************************<br /><br />Arrebatamento Íntimo<br /><br />A neblina recortada pelo verde<br />simula incêndio na mata da serra,<br />meu corpo lúbrico no seu aferra,<br /><br />musgos descem as encostas <br />do desejo ocultado nos corais,<br />lambem-me cavalos marinhos,<br />verde-folha – bananais,<br /><br />gritos mudos ressoam – corais<br />nas cordas dos cavaquinhos<br />onde minhas cobiças urram cantos tribais.<br /><br />Maria Júlia Pontes<br />************************************************<br /><br />é a solidão<br />que me carrega<br />no dorso da palavra<br />até a beirada do obscuro<br /><br />onde me atiro<br />porque me assoma<br />desde sempre a vertigem<br />e me assombra mais o medo<br />do que acabar<br /><br />e é na queda<br />que o hálito do abismo<br />aviventa minhas asas<br />de inventora do impossível<br /><br />é a solidão<br />que empilha silêncios<br />até emparedar meu grito<br />e eu, simbionte,<br />tomo sempre num hausto<br />o ultimo fôlego<br />e cavo frestas a lápis e caneta<br />até eclodir o verso<br />onde respiro<br /><br />Iriene Borges <br />*********************************<br /><br />A fábula do vidro e do tijolo<br />pela vidraça vê-se o muro<br />vê-se furos<br />no paladar!<br /><br />não há o que se esconda<br />e se oponha<br />à dor de fronha<br />e a amores de chafariz<br /><br />é tudo tão caro<br />que o metal não pode pagar<br />beijara teus tijolos<br />e ainda trazia na língua<br />os esporos alheios<br /><br />enganando-se cotidiano<br />e os olhos secos se fecham<br />na esperança da chuva<br />da fonte na praça central. <br /><br />Larissa MarquesLarissa Marques - LM@rqhttp://www.blogger.com/profile/04110838933863416412noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32244815.post-16903222212710019052009-01-12T20:18:00.000-02:002009-04-10T18:35:03.830-03:00bagaceira #17<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJr8pi-i2S-p3g_YgHHbCXWZQRH_epjJKvmDGZhcWygG-_VPA-GpG5N64EvqQS9RsV52u8TR4zGWfX9UVcBAQhpZQ-6dxJZHgWgLLv_AN0yJ975ta0gfX7e3GHcw2lRSPMfvjP/s1600-h/capa_bg_17.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 220px; height: 400px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJr8pi-i2S-p3g_YgHHbCXWZQRH_epjJKvmDGZhcWygG-_VPA-GpG5N64EvqQS9RsV52u8TR4zGWfX9UVcBAQhpZQ-6dxJZHgWgLLv_AN0yJ975ta0gfX7e3GHcw2lRSPMfvjP/s400/capa_bg_17.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5323175362799557298" /></a><br />Ninguém partiu<br /><br /><br />Triste<br />De uma tristeza que não tem fim<br />De uma saudade que vem chegando<br />Tudo de novo e volta a certeza<br />De saber que não volta não<br />Você que partiu sem dizer adeus.<br />.<br />Triste<br />De uma tristeza que não tem fim<br />Diga à saudade que vem chegando<br />Que tudo de novo não é certeza<br />Ninguém partiu e ninguém sofreu<br />Foi só você que quiz me ver assim...<br /><br /><br />Leonardo Quintela<br />*********************************<br /><br />Segredos da Monarquia<br /><br /><br />Escondo-me sob o manto de rainha<br />Mas quero o súdito mais rude da corte<br />A penetrar meu ventre ordinário de mulher<br />Quero gritos de plebéias<br />Transpiração de rameiras<br />Gemidos de cortesãs<br />Que façam ecoar em meu ser as trombetas dos cavaleiros<br />A guerrear nas savanas do meu reino<br />Quero ser devorada como faisões de banquetes reais<br />Sobre colchões de feno<br />Nos currais<br /><br />Dou meu cetro de poder<br />A quem, mesmo de soslaio possa<br />Retirar-me do mediterrâneo inferno<br />Que é viver<br />Sem uma centelha de prazer...<br /><br />Caroline Schneider <br /><br />********************************<br /><br />O Raul Cortês<br /> <br /><br />nem sei de quando<br />vem<br />nem por que<br />vem<br />ou veio, ou véio, gol<br />veia<br />ou velocino da preta<br />véia<br />sem dente de<br />ouro<br />de tolo<br />amassa bolo<br />de musgo de<br />aveia<br />quac!<br />de olhos de<br />baleia<br />de óleos de<br />rícino<br />rico<br />oco<br />rente<br /><br />o grilo falante<br />besuntado de hidratante<br />lá do cume do hidrante<br />profeta, profetiza<br />precoce, preconiza<br />exorbitante, exorbita<br />exegeta, exige a nota<br />cheio de banca e de pose<br />distribui amiúde e<br />de graça, conselhos de graça<br />sábio artrópode sapiente<br /><br />sê cortês!<br />se és o boi de piranha<br />se és a bola da vez<br />se és o bode, a rês, o cabrito montês<br />se o salário não chega ao meio do mês<br />se o chefe dá sempre razão ao freguês<br />se te vendem paraguaio por escocês<br />se a patroa te troca pelo rico burguês<br />se sonhas recorrentes sonhos de embriaguez<br />se dois mais dois sempre dá três<br />se o cachorro do vizinho comeu teu gato siamês<br />se à tua volta se agiganta a humana pequenez<br />se só o que vês é cega estupidez<br />sê cortês!<br /><br />mandou ver e mandou bem<br />a boa e redonda letra<br />que somente iletrados<br />e letrados sem letra<br />e letrados não bestas<br />entendem e compreendem<br /><br />na birosca do Tião<br />pedi uma com limão<br />outra e mais outra<br />e mais outra e mais<br /><br />pus rima com cuscuz<br />avestruz e jesus<br />eu vi a luz! (porque luz<br />tem que rimar com jesus<br />assim como dor deve rimar com amor)<br /><br />ô tião, sangue bom,<br />manda mais uma, então!<br />senti próximo o momento<br />de praticar o ensinamento<br />veio vindo lá de baixo<br />o indomável furacão<br />poderia despejá-lo<br />no chão, banheiro, balcão<br />mas não era de bom tom<br />jorrei volumoso e terno<br />no enternado<br />na calça de linho<br />na camisa de seda<br />no sapato de crocodilo<br />desalinhado e irado<br />pretendeu racionalizar o desagrado<br />célere, desarmei o desalmado<br />desacelerei o celerado:<br />se quiseres, podes me bater<br />mereço ser castigado<br />dês a primeira porrada<br />se não tiveres pecado<br />o soco veio firme, forte, pungente<br />primeiro, a inconsciência<br />o regozijo, a seguir<br />constatação, revelação:<br />cortês fui - me dei bem - aleluia!<br />vi o túnel negro, vi a luz<br />Vi o sempiterno Jesus!<br />(reforço: luz, obrigatoriamente, rima com Jesus)<br /><br />Carlos Cruz<br />*******************************<br /><br />ainda me sobram <br />ovários estéreis<br />e palavras idem<br />não tenho mais artifícios para<br />(pro) criação<br />vagina e fala secas<br />rachadas no ventre<br />em inanição<br />não há cura para<br />(des) inspiração. <br /><br />Larissa Marques<br /><br />******************************<br /><br />COMERCIAIS DE METRALHADORA<br /> <br />Fábula segunda – esofagite<br /><br />Todas as estatísticas sorriem para mim:<br />sou um entre as migalhas moídas pelo trânsito.<br /><br />Meu nome corre entre os que matam<br />por gosto ou dinheiro –<br />capa de jornal sensacionalista, de ontem,<br />me explica como serei vítima de latrocínio.<br /><br />Um merda sorri no algodão ariano de minha t-shirt,<br />e é vermelho o papel em que escrevo,<br />vermelhos os livros de história,<br />menstruados na estante.<br /><br />Falo de amor contigo<br />em meu celular movido a lithium:<br />você me conta que nosso filho irá se chamar Citotec.<br /><br />Somos felizes para sempre.<br /><br /><br />Rafael Nolli<br /><br />* Do livro Comerciais de Metralhadora <br /><br />************************************************<br /><br />Les autres<br /> <br />Ils ne savant pas s’oublier de moi<br />Ils rient et bâillent tout le temps<br />Ils adorent se perdre dans le temps<br />Ils jettent ses desires sur moi<br />Ils croient que je ne comprends pas<br />Ils observent mon alluse et rient<br />Ils ne savant pas que je ne peux pas<br /><br /><br />Túlio Henrique Pereira<br />***********************************<br /><br />Obedeça seu limite<br /> <br />Sapatos sujos, idéias nítidas e conversas sobre o silêncio são momentos que fazem parte da nossa trajetória.<br />Quem nunca pisou onde não previa, onde não queria? Quem nunca imaginou claramente que podia, e quando foi ver, era totalmente inviável o que havia imaginado? Quem nunca teve uma idéia brilhante, mas que de brilhante mesmo só havia o sorriso de satisfação com o gozo de ter pensando algo novo, pois quando foi transcrever para o papel o projeto foi abortado, porque sofria de má formação. Quem nunca parou para se perguntar o porquê do silêncio de alguém, o porquê do nosso próprio silêncio? Quem nunca se incomodou com a falta de palavras?<br />O filósofo francês Jean-Paul Sartre afirma a contingência do mundo, ou seja, para ele, o ser humano é pura existência, a essência procuramos realizar a partir do nosso existir. E existência implica em ser-humano-no-mundo, sendo assim, o filósofo nos oferece a idéia da finitude.<br />Quando falamos em finitude, a tendência é a associação com coisas infelizes e tristes, contanto, esquecemos que esta é a oportunidade que temos de existir, é a minha existência agora que me faz escrever esse texto e a sua existência que te faz ler este texto em meio a inúmeras possibilidades no mundo. O ser humano quer possuir tudo, até mesmo a sua própria vida, a ponto de querer eternizá-la em si mesmo. A vida é um curso e todas as vezes que paramos para tentar prolongar para além da nossa própria existência paramos esse curso, paramos de realizar a nossa essência.<br />“A liberdade que se revela na angústia caracteriza-se pela existência do nada que se insinua entre os motivos e o ato. Não é porque sou livre que meu ato escapa à determinação dos motivos, mas, ao contrário, a estrutura ineficiente dos motivos é que condiciona a minha liberdade”. (Sartre)<br />É dentro de um número de possibilidades que podemos fazer escolhas, mas, no entanto, entre as muitas escolhas que fazemos há espaço para sucessos e fracassos. O fracasso talvez faça parte desta estrutura ineficiente dos motivos que nos proporciona a liberdade de mudar, de fazer novas escolhas, afinal, se tudo fosse apenas sucesso, o sucesso não poderia existir. Para comemorar os acertos é preciso ter errado um dia, para falar as palavras mais bonitas, é preciso ter feito silêncio, é preciso experimentar a vida como fundamento da nossa própria essência. <br />Tradução do original de "Os outros" do livro "O observador do mundo finito". <br /><br />Freddie FernandesLarissa Marques - LM@rqhttp://www.blogger.com/profile/04110838933863416412noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-32244815.post-34811095105280353372008-11-10T20:04:00.000-02:002009-04-10T18:15:31.065-03:00bagaceira #16<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMb64UGuGI-wyuedh2wi722WqwoFBAKgBPGD8reycSd_I2-ssegMjhdBtYdOiQYkBZRiOxVMlfIr_LvFVakkMg_CekdD2e-B0J2f6qc4FnswZ8Dw2LeOfoKiW-FZHg0l1LllAK/s1600-h/capa_bg_16.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 220px; height: 400px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMb64UGuGI-wyuedh2wi722WqwoFBAKgBPGD8reycSd_I2-ssegMjhdBtYdOiQYkBZRiOxVMlfIr_LvFVakkMg_CekdD2e-B0J2f6qc4FnswZ8Dw2LeOfoKiW-FZHg0l1LllAK/s400/capa_bg_16.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5323171797487632578" /></a><br />a realidade refuta<br />e redunda na ilusão<br />sim, aquela grata ,que nos fere<br />e nos cala<br />tal chibata em tronco de perdição<br /><br />talvez eu fique presa<br />pelo serpentear e o repique<br />de tua voz de gargalo<br />tentando convencer-me<br />a despir-me de luta<br /><br />e quem sabe por algum minuto<br />ou vários, permita-me ser surda<br />ou solta, sem castigos ou mentiras<br />só ou contigo em insanidade<br />entregue à leviandade, cobiça da carne<br /><br />por hora, sinto-me bem por não ter cedido<br />aos devaneios de uma vida rapariga <br />escondo-me ainda nesses risos falsos<br />em torturas desmedidas<br />sob meia dúzia de saias floridas<br /><br />ledo engano essas verdades absolutas<br />como se não houvesse antônimos<br />nesse cárcere interno, no inferno íntimo<br />que ata-me ao teu terno de risca-de-giz<br />e ao teu chapéu de aba curta<br /><br />convenci-me da relatividade de tudo<br />sem as certezas ou dúvidas que nos cercam<br />quem não vive assim, <br />não sabe do absurdo<br />que cega o santo e inspira o vagabundo <br /><br />eis que nesta hora incerta, sã<br />por tudo que pude ter e perdi<br />que valho-me da falta de fé e da descrença<br />dou-me algumas gotas de mortal veneno<br />pois a esperança é que me mata.<br /><br /><br />Larissa Marques<br /><br />********************************<br /><br />a realidade refuta<br />e redunda na ilusão<br />sim, aquela grata ,que nos fere<br />e nos cala<br />tal chibata em tronco de perdição<br /><br />talvez eu fique presa<br />pelo serpentear e o repique<br />de tua voz de gargalo<br />tentando convencer-me<br />a despir-me de luta<br /><br />e quem sabe por algum minuto<br />ou vários, permita-me ser surda<br />ou solta, sem castigos ou mentiras<br />só ou contigo em insanidade<br />entregue à leviandade, cobiça da carne<br /><br />por hora, sinto-me bem por não ter cedido<br />aos devaneios de uma vida rapariga <br />escondo-me ainda nesses risos falsos<br />em torturas desmedidas<br />sob meia dúzia de saias floridas<br /><br />ledo engano essas verdades absolutas<br />como se não houvesse antônimos<br />nesse cárcere interno, no inferno íntimo<br />que ata-me ao teu terno de risca-de-giz<br />e ao teu chapéu de aba curta<br /><br />convenci-me da relatividade de tudo<br />sem as certezas ou dúvidas que nos cercam<br />quem não vive assim, <br />não sabe do absurdo<br />que cega o santo e inspira o vagabundo <br /><br />eis que nesta hora incerta, sã<br />por tudo que pude ter e perdi<br />que valho-me da falta de fé e da descrença<br />dou-me algumas gotas de mortal veneno<br />pois a esperança é que me mata.<br /><br />Anderson H.<br /><br />************************************<br /><br />PRONOME<br /><br />"Estou aqui, mais do que isso não sei."<br />(Kafka)<br /><br /><br />Ontem fiz aniversário.<br /><br />Ansioso, convidei a mim mesmo.<br />Pensei que não aceitaria, mas aceitei. Pensei que não viria, mas vim. À porta, me vi trajado a rigor, me visto bem, exercito Armanis. Me cumprimentei, teci alguns comentários sobre Rimbaud, o 3- reich e, pasmem, fiquei-me... como me gosto!<br />Só eu e eu na festa de mim.<br />Impetuoso, tomei-me logo pelos braços e me levei ao quarto, na vitrola Duran Duran, mas gostamos mesmo é de Accept, eu e eu. Na cama, entreguei-me por completo a mim, beijando onde podia e cabia e delineando a entrega do que me tinha, me possuí com completude e vigor.<br />Me despedi quando já amanhecia e prometi me ligar assim que pudesse. Fui.<br /><br />Hoje estou sábado.<br />E me espero ansiosamente.<br /><br /><br /><br /><br />Muryel De Zoppa<br />*****************************<br /><br />Macarrão com vatapá<br /><br /><br /><br />Eu tenho o branco na pele<br />que herdei da palma da mão<br />dos meus antepassados,<br /><br /><br /><br />cabelos louros Afro-Ítalo-Sul-Americanos<br />[encaracolados]<br />fragmentos do negro e do mouro,<br /><br /><br /><br />o sangue que corre em minha veia,<br />escorre farto em cadeia<br />e nos barracos das favelas,<br /><br /><br /><br />as lágrimas que rolam aqui,<br />vieram de outro quintal<br />no dia que a nau aportou<br />trazendo um certo Cabral.<br /><br /><br /><br />Então, sou assim, preta, branca, mulata,<br />brasileira, faceira, incansável acrobata.<br /><br /><br />Maria Júlia Pontes<br />*******************************<br /><br />Quem disse<br /><br />Quem disse<br />E dirá<br />Ainda?<br />Triste foi<br />Mas valeu<br />Ter sido<br />Sofrido<br />Este amor<br />Que veio<br />E partiu.<br />Pois viví<br />O intenso<br />Momento<br />Contigo.<br />Não ganhei<br />Nem perdi<br />Apenas,<br />Te viví.<br /><br />Leonardo Quintela<br /><br />******************************************Larissa Marques - LM@rqhttp://www.blogger.com/profile/04110838933863416412noreply@blogger.com21tag:blogger.com,1999:blog-32244815.post-68641658658567133382008-09-10T16:16:00.000-03:002009-04-10T16:59:15.390-03:00bagaceira #15<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFQva4svBdhs7Cvs6NAfY_4MpkdiawD-k9Fm3ihRUdhvAIlmiyh10tOloci788gFfDcz1jbhm3QUjqsAlrm3rMVwpLlTOHN1Mszq6yQhgZZAhDP9ZCC5mh_keN9UkZuqNa2Ozm/s1600-h/capa_bg_15.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 220px; height: 400px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFQva4svBdhs7Cvs6NAfY_4MpkdiawD-k9Fm3ihRUdhvAIlmiyh10tOloci788gFfDcz1jbhm3QUjqsAlrm3rMVwpLlTOHN1Mszq6yQhgZZAhDP9ZCC5mh_keN9UkZuqNa2Ozm/s400/capa_bg_15.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5323154749459809842" /></a><br /><br /><br />Aruá<br /><br />era passagem de ano magro.<br /><br />eu e Filili, <br /><br />sentados <br />na rede<br />de balança você,<br /><br />embornávamos<br />a chegança<br />do boi encantado.<br /><br />ele se saiu do inesperado!<br /><br />do meio do vão da cerca viva!<br /><br />correu pelo pasto, azuniu forrado,<br />acendeu o pisca alerta das guampas<br />e deu na carreira.<br /><br />- óia, pai! óia!<br /><br />o danado bateu cos casco e subiu<br />ambulância de queimação.<br /><br />de cima das goiaberas<br />acaneladas<br />mugia presentes:<br /><br />fogo, água, mel, chucaio, lanterna,<br />enxada, peixe, broto, boto, lenda<br />e fetiche.<br /><br />- óia, pai! espia! é o papai noel!<br />- né não fia! é só o Aruá querendo peia... <br /><br />Anderson H.<br />***********************************<br /><br />SERTÕES<br /><br />É Pedra que, à luz do dia, transpira e faca que, educada em pedra, emoldura a tripa.<br /><br /><br />É sede do barro costumeiro.<br /><br /><br />É o batalhar dos calos sob o reflexo solar dourado do fado.<br /><br /><br />É Lampião que, co’os pés trincados, pernambuca de chão a chão.<br /><br /><br />É tal qual o vento trafega a poeira, que sapeca o couro e dança o facheiro, esquenta o sol cajado e o cangaceiro.<br /><br /><br />É cordel cantoria, é língua quente, que afia o facão co’água ardente.<br /><br /><br />É bala-sertão no catingueiro, é matéria sofrida da morte morrida, é carcaça passante de vaga-vida na ginga poeira que sec’a flor.<br /><br /><br /><br /><br /><br />Muryel De Zoppa<br />¨*********************<br /><br />Asas de borboleta<br />Asas de borboleta , são meu momentos<br />micro-textura e diferentes pigmentos,<br />assim vivo das mudanças nas nuances<br />que se alternam entre o lilás e o negro,<br /><br />desmancham-se num toque do dedo,<br />e voam para longe sem alarido em bando<br />[ igual passaredo]<br />os momentos que tenho vivido,<br /><br />são dentes que rangem na boca da noite oca,<br />parede da cozinha repleta de fuligem,<br />lampião aceso acabando a querosene,<br />uma gana tamanha que herdei de origem,<br /><br />e as minhas dores----- essas são leves,<br />e tão breves iguais-------------------------<br />-------------------------[asas de borboleta]<br /><br /><br /><br />Maria Júlia Pontes <br />*************************************<br /><br />limítrofe<br /><br />devotei-me à traição<br />e amo-te em mosaicos conflitantes<br />resisto ao seu querer<br />e persisto dissociada<br />em dúvidas e orgias ficcionais<br />extremos passionais<br /><br />soul-te inteira<br />sem limites tênues<br />errante e impulsiva<br />idealizo tudo <br />a crença utópica <br />do endeusar pagão<br />dilacero-te e peço-te<br />não me deixe morrer só!<br /><br /><br />Larissa Marques<br /><br />***************************************<br /><br />Quanto custa uma poesia?<br />quanto custa uma poesia?<br />quero uma bem bonita<br />que rime amor com dor<br />e fale de beija-flor<br /><br />quanto custa uma poesia?<br />preciso muito dela<br />para encantar alguém<br />que me trata com desdém<br /><br />quanto me custará?<br />sua profusa inspiração<br />que terei usufruto<br />posto acertado e justo<br /><br />quanto me custará?<br />esses seus versos perfeitos<br />feito, consignado<br />por um amor simulado<br /><br />e eu pagarei o preço!<br />na mancha do seu sangue <br />escorrido e humilhado<br />por ter sabido demais... <br /><br />Leonardo QuintelaLarissa Marques - LM@rqhttp://www.blogger.com/profile/04110838933863416412noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-32244815.post-82886150211504002592008-07-18T14:29:00.000-03:002009-04-10T16:15:59.339-03:00bagaceira #14<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjC6iA02A6YwVV4b0Xus5ZD9lYUvMiSdU-pGfGszi215LtDgAXRVSYZZFY_5g4QS8WpzZCfyqHbuM2ryyE0RE890ayz_vh86mU3ybfsr90_swQba2FqGlgfZth-HwoTYqT0xyjy/s1600-h/capa_bg_14.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjC6iA02A6YwVV4b0Xus5ZD9lYUvMiSdU-pGfGszi215LtDgAXRVSYZZFY_5g4QS8WpzZCfyqHbuM2ryyE0RE890ayz_vh86mU3ybfsr90_swQba2FqGlgfZth-HwoTYqT0xyjy/s400/capa_bg_14.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5224407800383899986" /></a><br /><br />Um ataque de puro egocentrismo<br />Um ataque de puro egocentrismo<br />Excêntrico e emblemático aval<br />De um noivo abandonado e grávido<br />No inferno caótico de uma igreja<br /><br />O futuro de um presente em destranque<br />Entre o abismo de ser fundo e mortal<br />Na mudança de ser o que se é de repente<br />Não ser o que se era em se tornar diferente<br /><br />O diferente pode ser condenação<br />Um chamado para a morte dolorosa<br />Mesmo vão que fez com que acovardassem<br />E transformassem em carnaval<br /><br />Delicado fez papel de durão<br />E o tirano fez-se mocinho<br />Tinindo tirando<br /><br />Fiquei sozinho por escolha ou instinto extinto<br />Mas quanto mais o tempo passa mais certo fico<br />Fico certo qu’eu errei, tropeços, drops e drogas<br /><br />Enquanto chama de ladrão o periquito<br />Que assistiu sua terra virar terra deles<br />Zé Carioca preguiçoso e caloroso<br />Malandro enquanto for de brincadeira<br /><br />Por muito tempo confundiu minha cabeça<br />E embriagou minhas certezas com cachaça<br />Era brava e não deixou nada no lugar<br />E o nada só deixou mais vazio<br /><br />O dano é irreversível e cruel<br />O mesmo fato que é fatal e desumano<br />Quando não entendemos mais nada sobre nós mesmos<br />E decidimos não gastar nossas reservas<br />Pois já está abaixo, o limite sempre baixo<br />E cada vez mais fundo fica o buraco.<br /><br />Sonos<br />http://felipesonos.blogspot.com/<br /><br />*******************<br /><br />Engenharia Reversa<br /> <br />O marceneiro talha a forca e o berço,<br /><br />O químico concebe o veneno e a cura,<br />O vigário que beatifica, desconjura.<br />E a mão que iça a lança, reza o terço.<br /><br />A sombra que traz o medo dá o abrigo.<br />No azul que cobre o céu cruza o fogo,<br />Do chão que brota o verme vem o trigo<br />E a mão que dá as cartas, finda o jogo.<br /><br />O mesmo Deus que perfilha, ignora.<br />A poesia que transcorre se desgasta<br />E a palma que se cerra, nos implora.<br /><br />A mão que dá o nó arquiteta o corte,<br />A que diz de amor, ergue a vergasta<br />E a que conta a vida, versa a morte. <br /><br /><br /><br />Jairo Alt <br />http://ecoscorporeos.blogspot.com/<br />**************************<br />Perdoe e esqueça-me!<br /><br />se estou adiantada <br />e minha unha desfeita<br />a pretexto da tua tão<br />bem pintada<br /><br /><br />é que vivo esse destempero <br />não sei se remoçar <br />ou envelhecer e enrugar<br />invólucro decadente <br />com quinhão rosto ou<br />boceta<br /><br />bastam-me os dentes<br />carne crua sangrando<br />e a desfeita no perder da dentadura <br /><br />e enquanto a galinha da angola<br />desfeiteia-se em “tofracos”<br />estou forte e miro entre os olhos<br /><br />desculpo-me mais uma vez <br />por estar na frente<br />e rir enquanto perde tempo<br />e por ainda chorar meu pai<br />general de alta patente<br />que perdeu-se <br />entre as putas do fronte<br /><br />se não me atrasei<br />é por falta de zelo<br />e me despeço<br />por ter mais o que fazer! <br /><br />Aline CastroLarissa Marques - LM@rqhttp://www.blogger.com/profile/04110838933863416412noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-32244815.post-83145196573221033982008-05-18T13:27:00.000-03:002008-12-09T03:19:12.055-02:00bagaceira #13<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjaGShuki4_7uz097kM0PQ6vQPF0WMqKaq90yvURI2Ilhge_-QTmflZL8kMEH7Id_uLUp9PnsAF8TjthH2jEku6ZcRV2RYLt0zqwIfmPFe7ig-sFZ6pGwgjb5_Lp2aCfM0lnW_9/s1600-h/capa_bg_13.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjaGShuki4_7uz097kM0PQ6vQPF0WMqKaq90yvURI2Ilhge_-QTmflZL8kMEH7Id_uLUp9PnsAF8TjthH2jEku6ZcRV2RYLt0zqwIfmPFe7ig-sFZ6pGwgjb5_Lp2aCfM0lnW_9/s400/capa_bg_13.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5224391530046549522" /></a><br /><br />Canários<br /><br />É quando beberica o Licor amargo<br />É quando, sem alvoroço,<br />recitam-lhe versos<br />os Pássaros que cantam-lhe melodias<br />E afina a viola e<br />raio, chuva e granizo<br />quedam<br />num espasmo (deleite) infindo e<br />gracioso<br /><br />É quando o gozo<br /><br />.<br /><br />Muryel de Zoppa<br /><br />************************<br /><br />Arranhão<br /> <br />Acolher pragas<br />Semear o tétano da alma<br />Como se fossem as flores do campo<br />(enforcadas em maio)<br /><br />Cuspir no amado prato<br />Recolher o humilhado rabo<br />Dentre as trêmulas pernas<br />Para não perder o ritmo<br />do rebolado<br /><br />Falsificar o documento da existência<br />Clonar o poço da urgência<br />Manter-se em pé na corda bamba<br />feita de nervos e algodão<br />dizer sempre não<br />Quando o sim anseia um sibilo cristalino<br />e a alma um arranhado pequenino<br /><br />Sonata enluarada...<br />somente parte de uma canção mais depravada<br /><br />(nada que eu possa fazer pela poesia!) <br /><br />Rita Medusa<br /><br />*************************<br /><br />De novo<br /> <br />Estou feliz,<br />Não nego.<br />Açucarei<br />Esse copo de mágoa<br />Que carrego<br /><br />Vem,<br />Coisa boa,<br />De novo se embrenha<br />Nos cabelos-cinza<br />Calor requeimado<br />Da minha<br />máquina<br />de amor a lenha. <br /><br />Czarina das quinquilharias<br /><br />***********************<br /><br />NO VIDRO<br /> <br />outros ônibus perpassam minha cabeça<br />é um reflexo translúcido e narcísico<br />do correr da noite às luzes<br />de dentro, consigo ver a via<br />mas não conjugo estar<br />condicionado a esse frio:<br />as pessoas da cidade vão<br />sem brio, com breu, sombrio<br />ou o pacto sempre são<br />de um bem estar vazio. <br /><br />Leandro Jardim<br /><br />*****************<br /><br />ensinou-me os paraísos<br />em todos os sentidos<br />aguçou minhas sensibilidades<br />debulhou imprecisas possibilidades<br />foi-se sem aviso<br />dilacerar novos seres...<br /><br />e no negro da noite<br />esperei por ti<br />reinventei-te<br />em tragos descomunais<br />porções de haxixe<br />campos de papoulas...<br /><br />e no negro da noite<br />entreguei-me a outros braços<br />a outros vícios<br />quis-me paraíso narciso<br />com cipós brotando nas narinas<br />seus olhos habitando minha vagina...<br /><br />e no negro de meu ser<br />seu sexo ereto em minha boca<br />o martírio de vitórias-regias<br />em meus olhos<br />acordo sozinha<br />vazia de nós.<br /><br />Larissa Marques<br /><br />*****************<br /><br />RESTOS<br /> <br />Sem o sopro da vida <br />Continuo tentando existir<br />Insisto e grito<br />"Quero estar aqui"<br />Sou um emaranhado de tendões e músculos<br />Uma pilha de ossos tortos <br />Meus pobres órgãos danificados <br />Sou um conjunto inacabado <br />Sou a alma desencarnada <br />Ainda na terra enfronhada <br />Sou só<br />Sou pó <br />Mas ao pó ainda não retornei <br /><br />Cristiano Deveras<br /><br />************************<br /><br /><br />Não diz<br /><br /><br /><br />Fiz um pacto com nós dois.<br /><br /><br /><br />Fiz um pacto silencioso, unívoco.<br /><br /><br /><br />Como se fosse um retorno ao primeiro encontro<br /><br /><br /><br />As lembranças tornadas estáticas e ilusórias<br /><br /><br /><br />Fiz um pacto para ser fiel a você,<br /><br /><br /><br />Hoje não vou ser eu<br /><br /><br /><br />Hoje, eu você eu,<br /><br /><br /><br />Fiz um pacto sem pedir permissão,<br /><br /><br /><br />Sem tomar decisões.<br /><br /><br /><br />As sentenças eram olhares, gestos, toques...<br /><br /><br /><br />Cada parágrafo um modo de ser<br /><br /><br /><br />E, antes que julgássemos qualquer ato,<br /><br /><br /><br />Qualquer distância<br /><br /><br /><br />Era a pior sentença,<br /><br /><br /><br />A sentença que eu não queria ouvir<br /><br /><br /><br />A sentença que me condenava,<br /><br /><br /><br />Resumida em duas palavras:<br /><br /><br /><br />- Não posso.<br /><br /><br />Freddie Fernandes<br /><br />********************<br /><br /><strong>Patrocínio Editora Utopia</strong>Larissa Marques - LM@rqhttp://www.blogger.com/profile/04110838933863416412noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-32244815.post-35443105041349365722008-03-18T13:02:00.000-03:002008-12-09T03:19:12.243-02:00bagaceira #12<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjoJrEzLNz6O0faD92V3G691_8sSDikl6eBnenUAft8rWLu-EtvAyXMB13mpnfTxSRAhwYRpQ6m58mydRXLX6cBmd6i2lbdvQAw6XK_P4GN6Oj-QKhpIlWNj13Y0okHTrpwCYN0/s1600-h/capa_bg_12.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjoJrEzLNz6O0faD92V3G691_8sSDikl6eBnenUAft8rWLu-EtvAyXMB13mpnfTxSRAhwYRpQ6m58mydRXLX6cBmd6i2lbdvQAw6XK_P4GN6Oj-QKhpIlWNj13Y0okHTrpwCYN0/s400/capa_bg_12.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5224385171129697426" /></a><br /><br />queria ser só<br />não amar ninguém<br />ser apenas eu e alanis<br />amor é asfalto sobre sonhos<br />desejo de ser terra batida<br /><br />atalho<br />ao lado do asfalto<br />não sei onde vou<br />mas qualquer caminho me levará lá<br />quem sabe <br />a algum logradouro <br />de sobrenome Quintela. <br /><br />Leonardo Quintela e Larissa Marques<br />http://grupomola.blogspot.com/<br /><br />**************<br /><br />Dores de Minas <br />O frio da navalha<br />Fura e corta afiado<br />As montanhas do Estado<br />Das minhas dores Gerais<br /><br />São as pedras de Minas<br />Recortadas em cores<br />Que viajam sozinhas<br />N´ouro dos meus ais.<br /><br /><br />Anderson H. e Leonardo Quintela<br />http://grupomola.blogspot.com/<br /><br />*****************<br /><br />derradeiro<br /><br />amado,<br />finda com o beijo <br />na testa ou lá <br />à beira impotente<br />o desejo que guardava sem mim<br />morde a fronha e sonha<br />que decadente!<br /><br />consuma urgente <br />meu cheiro de jasmim<br />e seja encontro <br />de delicadezas do desamar<br />que de tanto amar-te, <br />tonto amar-te,<br />mar morto, náufrago.<br /><br /><br />amada,<br />por tanto amar<br />sei também o que foi preciso, cá<br />pra consumar<br />toda essa agonia tinha, lá<br />no teu olhar<br /><br />se hoje inda sinto o cheiro de mar<br />na tua roupa<br />e um desejo diferente de mim<br />do teu corpo<br />resta um instante só, pra passar<br /><br />vai passar!<br /><br />Leonardo Quintela e Larissa Marques<br />http://grupomola.blogspot.com/<br /><br />******************<br /><br />SUSTO DE MIM<br /> <br />Forte seria como fosse<br />os raios do sol<br />Que para admirarem<br />a amada nua<br />reverberam claro<br />no escuro<br />do lençol.<br /><br />O passamento é fato.<br /><br />Longa é a estrada da perdição<br />em que eu, em trajeto,<br />escolho os sonhos à obrigação...<br /><br />pois que sonho é concreto.<br /><br />Abstrata só a estrutura da oração<br />que para se manter límpida<br />poe-se de joelhos no altar<br />dos amores<br />de arribação. <br /><br />.<br /><br />Muryel de Zoppa e Anderson H.<br />http://grupomola.blogspot.com/<br /><br />********************<br /><br />você,<br /><br />macho saudável de meia idade,<br />heterossexual,<br />proprietário cristão<br />com contrato de trabalho<br />registrado em carteira,<br /><br />esposo amantíssimo,<br /><br />pai de duas gatas persas<br />que comem mais e melhor<br />que os filhos de shiva,<br /><br />você,<br /><br />doador de órgãos,<br />de sangue<br />e de cédulas de um real,<br /><br />é capaz de ler <br />a miséria física e moral<br />impressa nos andrajos <br />dos moradores de rua?<br /><br />você,<br /><br />mulher balzaquiana <br />infiel<br />cheirando a perfume<br />importado,<br /><br />tem noção <br />da rotina <br />das putas?<br /><br />e você,<br /><br />adolescente burguês<br />que decora canções estrangeiras<br />e se revolta ante o tombo sacro<br />das torres gêmeas,<br /><br />faz idéia <br />da colisão anunciada<br />do aviãozinho no morro? <br /><br />Anderson H. e Larissa Marques<br />http://grupomola.blogspot.com/<br /><br />************<br /><br />Vai Menino <br /><br />vai menino,<br />vai menino, <br />pegue suas ondas<br />lá no verde <br />dos olhos dela<br /><br />dome o mar<br />que se revolta<br /><br />mas não abandone<br />os meus, negros,<br />todos noite<br />a te procurar.<br /><br />Larissa Marques e Leonardo Quintela<br />http://grupomola.blogspot.com/<br /><br />***************<br /><br /><strong>Patrocínio Editora Utopia</strong>Larissa Marques - LM@rqhttp://www.blogger.com/profile/04110838933863416412noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32244815.post-75574079878016520172008-01-18T13:13:00.000-02:002008-12-09T03:19:13.030-02:00bagaceira # 11<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhl-w3Sjby-z2aLJ6wFHszLvhc3mQIay0TxMIXw4NgK4mTN4_B1o2b971aemEMLOW6ZCsdhGMSkbo0dV8Elbf5NLW3A00HPHKTpiZ1lCcUStB0RsTmBtwYvClzL0OqYCZZ3_g-u/s1600-h/capa_bg_11.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhl-w3Sjby-z2aLJ6wFHszLvhc3mQIay0TxMIXw4NgK4mTN4_B1o2b971aemEMLOW6ZCsdhGMSkbo0dV8Elbf5NLW3A00HPHKTpiZ1lCcUStB0RsTmBtwYvClzL0OqYCZZ3_g-u/s400/capa_bg_11.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5224357836001462210" /></a><br /><br />Meta linguagem<br /><br />na boca sem língua<br />na língua lépida<br />na mente com íngua<br />na palavra tépida<br /><br />Meta linguagem<br /><br />na prosa verborrágica<br />na letargia cíclica<br />na poesia hemorrágica<br />na vanguarda tísica<br /><br />Meta linguagem<br /><br />na crítica estúpida<br />na frase esdrúxula<br />na visão insípida<br />na vertente pústula<br /><br />Meta linguagem<br /><br />no velho panegírico<br />na sagrada epístola<br />no pensar raquítico<br />na cultuada fístula<br /><br />Meta linguagem<br /><br />no túnel hermético<br />no exegeta fétido<br />no destempero léxico<br />no escritor intrépido<br /><br />Meta linguagem<br /><br />na douta arrogância<br />no inútil semanário<br />na editorial ganância<br />no "rectu" literário<br /><br />Carlos Cruz <br />http://otoscoomaueofeio.blogspot.com/<br /><br />************************<br /><br />Deflorando<br /><br />Ei de deitar-me sob o coma líquido<br />Entregar-me aos artíficios da impureza<br />Ter o pecado posto sob a mesa<br />Estudar o imperfeito e o atormentado<br />Pegar a vida pelo rabo<br />E encolher seu sentimento comum <br /><br />Vou sair vadiando com o infinito<br />Chutar o momento mais bonito<br />Porque sou filha do horror<br />matuto o comum<br />como se esplendoroso<br />faca sem serra<br />barulho estrondoso<br />da alma espatifando no chão<br />procurando por um vão<br />por onde escapar<br />da mácula e das chacinas<br />dessas meninas que me olham torto<br />como se eu fosse o moço<br />que as defloraram<br /><br />Rita Medusa<br />http://manufatura.blogspot.com/<br /><br />***********************<br /><br />DESCAMINHO<br /> <br />Lágrima rubra,<br />suba rosa<br />como o orvalho<br />fazendo a hora<br />voltar o tempo<br />como me lembro<br />e como um atalho<br />lírico e lento.<br /><br />Leandro Jardim<br />http://florespragasesementes.blogspot.com/<br /><br />******************<br /><br />Dialética<br /> <br />sou pedra que chora<br />sou vidro que estilhaça<br />meu sorriso canta,<br />enxugando lágrimas<br />nos cantos, poças<br />covas rasas de intenso pranto<br />mas inda há brilho no olhar...<br />mesmo que por vezes se apague<br />nos percalços do meu caminhar<br /><br />intenso o frio por falta de afago<br />calor que arrefeça a alma<br />escrevo, calando grito<br />como que alimentando gemido<br />quero colo, quero afeto<br />mas faço-me discreto<br />e, friamente,<br />saio pela tangente<br />e se precisar, bato o martelo...<br /><br />pois mesmo quando sou fraco<br />faço-me forte<br />assim eu sou<br />nada morno, nada pouco<br />ou tudo ou nada<br />sou Tese<br />sou Antítese<br />e por fim, <br />Síntese<br /><br />CAROLINE SCHNEIDER <br />http://monopolio.blogspot.com/<br /><br />*****************************<br /><br />A amada e o mosquito<br /><br /><br />Torna-se o ciclo das coisas...<br /><br />Para minha deusa, dei meu vitae<br />Fez dele seu gosto e me matou,<br />Eu fui esmagado...<br />Depois um mosquito veio por um pouco de mim,<br />Incomodar-me e mostrar que ainda tenho vida<br />E eu o esmaguei...<br /><br />Augusto Sapienza<br />http://tomospoeticos.blogspot.com/<br /><br />*******************<br /><br />Bêbados na Rua Augusta<br /><br />de(lírios)<br />no meio<br />das flores <br /><br />Anderson H.<br />http://manufatura.blogspot.com/<br /><br />*********************<br /><br />[SONETO AO MEMBRO MARAVILHOSO]<br /><br />Esse enorme e rígido monumento<br />Faz-me nua e arfante em seu ardor <br />E maravilhada d'encanto, de fervor<br />Desejo-o em gozo e movimento. <br /><br />O cavalgue do agressor erguido <br />Por dentro não parece assustador. <br />Altivo membro, digno de andor<br />Nas eras do ego, do sexo ungido. <br /><br /><br />Pela bestialidade viril de ereções<br />Trazendo a força e fúria de me ter<br />Em gulas e esganadas ejaculações.<br /><br />Então erga-se e murche, com prazer,<br />Em louvor às idolatrias, taras e fixações,<br />É falo para orar, lamber, cuspir, foder.<br /><br />Larissa Marques<br />www.larissamarques.com<br /><br />**************<br /><br /><strong>Patrocinado po Editora Utopia</strong>Larissa Marques - LM@rqhttp://www.blogger.com/profile/04110838933863416412noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32244815.post-86035795231718405852007-11-18T12:39:00.000-02:002008-12-09T03:19:13.266-02:00bagaceira # 10<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjCL-aBGRirlIdsTMswCTUragL65YV6KWVh9geV4CofsWGrg6pTFUZ6P7ZyXUvP_mHNFeUpCdhpMxY-sUrRNTwOdCZ-VWr5sgOnnr58ILUYJ1LO-_ZPiqJTWAHyuqzKJ2Fu3a6z/s1600-h/capa_bg_10.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjCL-aBGRirlIdsTMswCTUragL65YV6KWVh9geV4CofsWGrg6pTFUZ6P7ZyXUvP_mHNFeUpCdhpMxY-sUrRNTwOdCZ-VWr5sgOnnr58ILUYJ1LO-_ZPiqJTWAHyuqzKJ2Fu3a6z/s400/capa_bg_10.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5224352180783504338" /></a><br /><br />...<br /> <br />PO(L)VO<br /><br />SEM<br /><br />(A)BRAÇOS <br /><br /><br />Muryel de Zoppa<br />http://grupomola.blogspot.com/<br /><br />********<br /><br />sua boca, <br /><br />ao fumar <br />os ventos <br />do segredo,<br /><br />queimou <br />o eclipse <br />dos afogados<br /><br />e desvendou<br />os submersos <br />cuidados <br /><br />que morriam <br />sobre as águas <br />do medo. <br /><br /><br />Anderson H.<br />http://grupomola.blogspot.com/<br /><br />**********************<br /><br />menina de ossos que rouba segredos<br />nada se podia captar daqulela atmosfera pálida<br />só os olhos da menina esganiçada e sádica<br />a fitar-me<br />como quem rouba um segredo<br /><br />Sentia-me invadida pela bela ladra<br />mas protegida por ter meus segredos<br />disfarçados de brinquedos<br />jogados no quintal sob o sol<br /><br />Sob o sol eu morria<br />beijada pelos meus pecados<br />arrependida por não ter condensado<br />alvejado feito metralhadora<br />chovido torrencialmente<br />a palavra eterna, mesmo que dela eu nada saiba <br /><br />nos olhares de ossos da menina<br />na medula torta, grave e drogada<br />deste estranho mundo<br />apocaliptico, florido, deflorado e imundo.<br /><br />Venha visitar-me à meia noite, palavra eterna<br />arromba a porta do meu quarto, viola-me, rasga as minhas crenças<br />já não faz a menor diferença <br />mas me esqueça de contar-me todas as suas terriveis verdades<br />confissões trêmulas, cicatrizes de um punhal gris<br /><br />façamos este acordo<br />porque se sussurraste seus incêndios, seus surtos<br />palavra nenhuma poderá mais brotar no meu mundo<br /><br />(aurora escurecida) <br /><br />Rita Medusa<br /><br />*****************<br /><br />POLÍTICA DE ESCRITA <br /><br />ou A BÚSSOLA PESSIMISTA<br /><br /><br />Tal se pode haver sinisitro oriente,<br />eu poderia endireitar o ocidente<br />com osso e dente.<br /><br />Ao leste a cor (vermelha),<br />a oeste o (verde) ardor.<br /><br />Mas há antes nosso dentro,<br />o infindo fundo da gente,<br />reflexo advindo do ontem<br />que beija e deixa o centro.<br /><br />Onde há onde há também passagem.<br /><br />Do sul ainda fica o sufoco<br />para aos poucos nortear<br />ofegante inspiração,<br />sem parar ou pirar<br />nem pisar passado chão.<br /><br />Minha rosa é dos cata-ventos.<br /><br />E assim decolo novamente,<br />pouso outra ponta que aos poucos adentre<br />e torne-se ventre ou transforme-se eixo<br />ou um ponto pesado<br />que dê à página a forma que for,<br />e o lápis deixo<br />ao norteador.<br /><br /><br />Leandro Jardim<br />http://florespragasesementes.blogspot.com/<br /><br />*****************<br /><br />alegoria<br /><br />desfilou sozinho<br />tal quem impera<br />sambou soberano<br />sem ter alegoria<br />para se vender<br /><br />e recordei-me <br />que se vangloriava<br />pelas madrugadas<br />black in roll<br />cheio de gim e de si<br /><br />agora vejo-te<br />lágrima <br />disfarçada<br />de riso, em plena avenida<br />dizendo<br />até o fim<br /><br />vou para ti<br />vou para ti<br />Paraty...<br /><br /><br />Larissa Marques<br />www.larissamarques.com<br /><br /><strong>Patrocínio Editora Utopia</strong>Larissa Marques - LM@rqhttp://www.blogger.com/profile/04110838933863416412noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32244815.post-50506618645449231612007-09-18T10:26:00.000-03:002008-12-09T03:19:13.409-02:00bagaceira #9<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiofPTrg_fms3HC9IWZpEoJfbpVg7nfOSuDyulLu98GbbzKlIG7pMToBljiB33WRDkNJW4PYqlA5F0FZfMLigfsf5oGWeeEUFNIhMSkPkwrceTUAESegdqETmWS374pQehqeJfy/s1600-h/capa_bg_9.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiofPTrg_fms3HC9IWZpEoJfbpVg7nfOSuDyulLu98GbbzKlIG7pMToBljiB33WRDkNJW4PYqlA5F0FZfMLigfsf5oGWeeEUFNIhMSkPkwrceTUAESegdqETmWS374pQehqeJfy/s400/capa_bg_9.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5224344997988871362" /></a><br /><br /><br />Náusea<br />.<br />Arrasto-me e alguma coisa sussurra:<br />“Hoje a noite não será pura”<br />Gargalho com pétalas esmigalhadas na mão<br />Rio porque já conheço essa frase<br />Mergulho porque bem sei da danação<br />Alucino bocas podres<br />Elas querem dizer algo<br />Mas se desfazem...<br />Por favor, não prenunciem o mal!<br />Estou cansada e suja, sempre maldita<br />Na boca do lixo, comendo restos de sonhos<br />Escrevendo cartas para meu amigo invisível e medonho<br />Que nem sequer ler sabe<br />Mas sabe gritar no meio da noite<br />E atear fogo nas cartas, sem sequer abri-las<br />Adestrou-me no pequeno delito<br />De roubar flores no cemitério carnal<br />E oferecê-las á damas mafiosas e petrificadas<br />Macumbeiras do dizer e do amar<br />Alquimistas da beleza secreta<br />Escondida nas coisas mínimas<br />E quando desmaio ao relento<br />Ou vomito ao pé do escatológico<br />Há um altar para tudo isso<br />Até para carcaças, cantigas de piratas e olhos esbugalhados<br />Voodus, nojeiras e coroa de punhais<br />Tudo isso faz arder<br />Brilha frenesi...<br />Ave puta, ave palavra, ave náusea!<br /><br /><br />Rita Medusa<br /><br />**************************<br /><br /><br />A poesia e a cidade <br /> <br /><br />a poesia,<br />como as cidades,<br />sofre (trans)mutação<br />de c(d)ores e c(v)alores<br />com o decorrer do tempo.<br /><br />são (re)desenhadas<br />suas (de)formações,<br />(a)os mur(r)os e<br />fronteiras<br />(solavancos),<br />em tropeços.<br /><br />criam imagens<br />(des)pretensiosas<br />que objetivam<br />(cor)romper<br />os costumes e leis<br />ingovernáveis.<br /><br />e trazem em si<br />pessoas concretas<br />re(di)solutas,<br />cheias de t(h)umores,<br />quase sempre<br />(hum)ilhadas.<br /><br /><br />Leonardo Quintela <br />http://leonardoquintela.blogspot.com/<br /><br /><br />*************************<br /><br />un novo homem<br /> <br />após uma noite de domingo inteira nas trevas ajoelhou-se frente a imagem de nossa senhora e prometeu: - nunca mais vou cheirar, beber, fumar, fuder sem camisinha, arrumar briga em bar, falar mal de deus, ofender pai e mãe e dar em cima de mulheres casadas. na segunda-feira de manhã, ainda com o nariz entupido e o estômago em chamas, fez o sinal da cruz, rezou um pai nosso, tomou banho, fez a barba, escovou os dentes, beijou a esposa e foi trabalhar. chegando ao escritório rezou novamente e pediu aos santos um bom dia de trabalho. no almoço dispensou a cerveja e comeu salada, peixe, arroz e feijão. um dia maravilhoso! às dezoito horas era a cara do herói. - um dia limpo! e ainda por cima de pagamento! pegou seu salário e se dirigiu a bodega do alencar. ia pagar a conta e nunca mais pisaria ali. era outro! tirou seus trezentos e cinquenta reais do bolso, pagou a conta e ganhou, por cortesia, um rabo de galo, sua bebida predileta. <br /><br />Anderson H.<br />http://grupomola.blogspot.com/<br /><br />****************************<br /><br />DES/CONSTRUÇÃO<br /> <br />Ontem chora o futuro.<br />É a opulência das lágrimas<br />que prediletam-lhe os olhos.<br /><br />Ora,<br />repetição vã;<br />Pois sua prece é de pedra<br />e há reboco em seu coração.<br /><br />Paixão...<br />é saltar sem asas.<br /><br />É sufocação. <br /><br /><br />Muryel de Zoppa<br />http://grupomola.blogspot.com/<br /><br />************************<br /><br />não sei o que me move<br />se é tudo fosco<br />tudo mole<br />desfarela<br />ou derrete<br />num toque<br />num sopro<br /><br />não sei o que me fode<br />se é tudo tosco<br />tudo prole<br />desvela<br />ou compete<br />num furo<br />num muro. <br /><br />Larissa Marques<br />www.larissamarques.com<br /><br /><br /><strong>Patrocínio Sinos Papelaria</strong>Larissa Marques - LM@rqhttp://www.blogger.com/profile/04110838933863416412noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32244815.post-36146949428464894262007-07-18T10:03:00.000-03:002008-12-09T03:19:13.498-02:00bagaceira #8<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi29NKZmFhnjhul1pCEh_nnQgQSRkGOCBB6aQASGtgHB7BqClMYGNek6nW8nUaoAf79ibZqo7Zv-P0PSm6yXLu3QMDEl_dByB1_vpISIFH0ozLDNpW7r7EciUEHJlx9Ka5QABSZ/s1600-h/capa_bg_8.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi29NKZmFhnjhul1pCEh_nnQgQSRkGOCBB6aQASGtgHB7BqClMYGNek6nW8nUaoAf79ibZqo7Zv-P0PSm6yXLu3QMDEl_dByB1_vpISIFH0ozLDNpW7r7EciUEHJlx9Ka5QABSZ/s400/capa_bg_8.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5224339702236605570" /></a><br /><br /><br />Pés de nuvens<br /><br />As ondas<br />das ruas onde pisam<br />meus pés de nuvens<br />nuas cores que passam<br />através<br />do tempo ligeiro<br />escorrem<br />pelos bueiros<br />e pelo revés<br />do amarelo do entremeio<br />dos portões da vida.<br /><br />Caroline Schneider<br />http://monopolio.blogspot.com/<br /><br />*****************************<br /><br /><br />Pedras do castelo<br /><br /><br />As pedras no caminho? Guardo todas...<br />Um dia vou construir um castelo<br /><br />...<br /><br />Por muitos caminhos não retos devo guardá-las?<br />Todas essas pedras que colocam em meu caminho?<br />Para construir o meu esperado castelo<br />Na larga terra escolhida para meu definho?<br /><br />É esse o tal esperado vindouro?<br />Quando chegar lá, será de pedras o meu tesouro?<br />Apenas pedras postas ali mesquinhas e obtusas?<br />Apenas pedras frias, pesadas e mudas?<br /><br />Elas não passam de frustradas, isso sim!<br />Pois das montanhas não passam de farelos...<br />Servem apenas para levantar paredes,<br />Jamais por si suficientes para construir castelos!<br /><br />E as janelas, jardim, cama, endereço?<br />E o reino, rainha, portas e portões?<br />As pedras têm objetivo maior que o tropeço,<br />Elas juntas têm habilidade de formar prisões<br /><br />Assim só terei pedras, apenas pedras terei...<br />Além de paredes o que mais eu farei???<br />Talvez me apedrejar de forma voraz...<br /><br />Então escrevinho:<br />As pedras no caminho? Deixo para trás...<br />Nenhum dia vou construir qualquer parede...<br /><br /><br /><br />Augusto Sapienza<br />http://tomospoeticos.blogspot.com/<br /><br />*************************************<br /><br />Brinquedo das madrugadas brancas<br /><br />Meu realejo de música estúpida<br />Tirai a sorte do meu maníqueismo triste<br />Dos fantasmas que comigo dividem a cama<br />E estamos quites<br />Das mentiras que engulo como sobremesa<br />Fui plastificada,encaixotada<br />Adquirida por uma criança<br />Que comigo nunca quis brincar<br /><br /><br /><br /><br />Virei túnel e absinto<br />Para ratos roerem meus sonhos<br />Fica aqui mais um instante!<br />Meu próprio ser é para mim<br />Lugar medonho<br />Meu corpo não tenho sentido<br />Sou vândala das madrugadas brancas<br />Saqueio,engano,vacilo<br />Ensaio coisas estranhas<br /><br /><br />Oro em altares rubros<br />Marginalizo feras mansas<br />Aprendiz do obscuro<br />E ainda assim o brinquedo da criança.<br /><br />Rita Medusa<br /><br />********************<br /><br />Teu Escravo<br /> <br />Dá-me a cicuta de teus lábios<br />Embriaga-me em teus prazeres<br />Mata-me agora com teus venenos<br />Faz-me teu escravo, teu zumbi<br /><br />Mumifica meu corpo<br />E introduza-me em teu mausoléu<br />Rouba-me deste chão<br />Rouba-me do céu<br /><br />Leva-me aos teus lençóis! <br /><br /><br />Flávio Offer <br /><br />****************************<br /><br />Impero-te soberana<br />Sou rainha de teus poros<br />Musa de teus pensamentos<br />Não respiras sem mim<br />Meus olhos te protegem de tudo<br />Minha boca profetiza tua história<br />Minhas mãos afugentam teu medo<br />Minha voz faz vibrar teu coração...<br />Só conhecerás a felicidade ao meu lado<br />Sou teu centro, teu absurdo<br />Meus ombros carregam tua vida<br />E cativei-te sempre<br />Para ter-te por completo, no fim.<br /><br />Larissa Marques<br />www.larissamarques.com<br /><br /><strong>Patrocínio Sinos Papelaria</strong>Larissa Marques - LM@rqhttp://www.blogger.com/profile/04110838933863416412noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32244815.post-91150560003885478142007-05-15T09:23:00.000-03:002008-12-09T03:19:13.836-02:00bagaceira #7<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhS3tO7p-tCQDWrNMLX6awJajl7osqeGXgmYMz1EzSWbVzycsS2RczZGX3B_78JmhJlQVz2EXvox_Nme7xZ4l8_uZ4e66Nd5Dwij7Dm44iBo4LDjz0IYgzHa1wyuz4MzkR_mMdc/s1600-h/capa_bg_7.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhS3tO7p-tCQDWrNMLX6awJajl7osqeGXgmYMz1EzSWbVzycsS2RczZGX3B_78JmhJlQVz2EXvox_Nme7xZ4l8_uZ4e66Nd5Dwij7Dm44iBo4LDjz0IYgzHa1wyuz4MzkR_mMdc/s400/capa_bg_7.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5224328883823294002" /></a><br /><br />Pessoas perfeitas<br /><br /><br />Pessoas perfeitas,<br />Corrosivas,<br />Envoltas em nuvens de hipocrisia.<br />Seres sem defeitos,<br />Sem atrativos,<br />Sem poesia.<br />Filhos de uma perfeição infeliz<br />Que mata a linha do horizonte<br />E faz com que o pico do monte<br />Seja a ponta do próprio nariz.<br /><br />Pessoas perfeitas não são mais que um nada<br />No meio do mundo de Deus. <br /><br />Anderson H.<br />http://grupomola.blogspot.com/<br /><br /><br />*************************<br /><br /><br />Soneto pra Começar e Terminar um Amor <br /><br /><br />Fico triste por não ter cometido<br />Em toda minha vida desregrada<br />Uma maluquice e uma exagerada<br />Sacanagem contigo sem ter mentido.<br /><br />Falsa verdade não ter te vivido<br />Como foste inteira em minha vida<br />Louca, ávida e de tão decidida<br />A amar, que pareceu não ter sentido,<br /><br />Dizer-me do vão momento estúpido,<br />Quer a certeza ou dúvida que ilude<br />Quem vive como eu, sem ter pendido.<br /><br />Eis que neste instante, sóbrio e lúcido<br />Por já ter sofrido tudo o que pude<br />Que enfim e tarde me dou por vencido.<br /><br />Leonardo Quintela<br />http://leonardoquintela.blogspot.com/<br /><br />******************************<br /><br />ainda me sobram <br />ovários estéreis<br />e palavras idem<br />não tenho mais artifícios para<br />(pro) criação<br />vagina e fala secas<br />rachadas no ventre<br />em inanição<br />não há cura para<br />(des) inspiração. <br /><br />Pagu<br />http://pactopagu.blogspot.com/<br /><br />*****************************<br /><br />conchas quebradas dentro do pensamento<br />construido um templo <br />de vozes e vísceras<br />de caminhos estraçalhados <br />repletos de uma luz de um sol triste<br />onde gozam os desgraçados<br /><br />dominadores e julgadores<br />serão expulsos<br />os falsos inocentes<br />abençoados no pútrido<br />mar de agulhas<br />que cantam para ampulhetas<br />ar do lodo<br />homens nervosos na forca da aranha<br />conceitos e pensamentos da moda são mero papel higiênico<br />lagrimas são rosas <br />oferecidas ás mulheres loucas<br />desnudadas,no extase<br />da arte lunática e do amor sujo<br />que são conchas quebradas<br />dentro do meu pensamento<br /><br />maravilhamento<br />overdose de ilusão<br />redes emaranhadas com seios <br />entupidos de escuro<br /><br />que entre nessa estranha seita<br />quem for escravo da solidão<br />ou despencar no abismo<br />o resto?<br />seria o cúmulo do meu cinismo<br /><br />por favor<br />se interna na minha cabeça<br />cola as conchinhas <br />e se deita<br />(sonhos nosso alimento) <br /><br />RITA MEDUSA <br /><br />****************************<br /><br />acendo cigarros para<br />vê-los queimar<br />deixei de me avisar<br />dos perigos que rodeiam<br />os que não oram<br /><br />sou ateu e pagão<br /><br />e esse muro enorme<br />é duro e discreto<br />e seus tijolos vermelhos<br />só servirão<br />todos de arrimo<br />para chocar-me com eles<br />até virar concreto.<br /><br />Larissa Marques<br />www.larissamarques.com<br /><br /><strong>Patrocínio Sinos Papelaria</strong>Larissa Marques - LM@rqhttp://www.blogger.com/profile/04110838933863416412noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-32244815.post-2320241972709862992007-04-13T09:27:00.000-03:002008-12-09T03:19:14.065-02:00bagaceira #6<div align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZCi9xE_soHs7fK0LGu8vZjE42_p6bMa780s49tSx75neS_guQDgxlBZ4QeeyQ34i7oedlMzpwmqINebr1h6drUp5Vu1o3JbZn7_HFJyGuQ25c86SOXUhv0t8H7ciMpRfSxoVZ/s1600-h/bagaceira+%236capaa.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5052888723539313506" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZCi9xE_soHs7fK0LGu8vZjE42_p6bMa780s49tSx75neS_guQDgxlBZ4QeeyQ34i7oedlMzpwmqINebr1h6drUp5Vu1o3JbZn7_HFJyGuQ25c86SOXUhv0t8H7ciMpRfSxoVZ/s400/bagaceira+%236capaa.jpg" border="0" /></a> ( <span style="font-size:85%;">desenho de Larissa Marques)</span><br /><br /><br />Meu olho esquerdo<br />Não repare<br />Não me olhe muito<br />Pois percebi agora<br />Que meu olho esquerdo<br />É enorme<br />Mais permissivo<br />Mais revelador<br />Menos punitivo<br />Menos constrangedor<br />Quem me dera tivesse<br />Dois olhos esquerdos<br />Para ver apenas um lado<br />Para perceber melhor os outros<br />Pois meu olho direito<br />Só inflama<br />Só me reprime<br />Só me engana.<br /><br /><br />Larissa Marques<br /><a href="http://www.larissamarques.com">www.larissamarques.com</a><br /><br />*******<br /><br /><br />MULHER, COM ALMA GUERREIRA<br /><br />Há flores no meu quintal Pois a mim, ninguém as oferta<br />A bem da verdade,<br />Nasci no corpo errado...<br />Sou mulher, com alma guerreira<br />Vim a esta terra Para lutar como homem...<br />Pelo sustento da família<br />Pelo sorriso todo dia<br />Pela própria harmonia!<br />Nenhum ramalhete em prol da doçura<br />me foi doado<br />Não me foi dada a chance de ser delicada<br />e frágil<br />Mas enquanto ninguém descobre a mulher<br />por trás da armadura de guerreira<br />Vou pelo mundo, ofertando minhas pétalas ao<br />passar<br />E a brincar com o flip-flap das felizes borboletas<br /><br /><br />que em mim reconhecem o colorido da alma<br />que só uma verdadeira mulher possui...<br />o colorido de quem sabe plantar e semear e<br />colher e desfrutar<br />das flores de seu próprio jardim!<br /><br /><br />Caroline Schneider<br /><a href="http://www.monopolio.blogspot.com/">http://www.monopolio.blogspot.com/</a><br /><br />********<br /><br />Dos Presságios.<br />Eu gosto desse instante que ainda é quando,<br />Inquietudes em longos passeios pela veia.<br /><br />Eu acho bonito esse vulcão sustenidoE o gesto contido, porque a alma receia.<br />Eu sinto na pele a ingenuidade leve<br />De um apelo percorrendo os pêlos<br /><br />Caindo dentro como se fosse neve.Eu acho belo o caminho do arrepio<br />Esse caminho torto por onde espio<br />Estrelas de pressa florescendo esperas.<br /><br />Não sei o porquê nem sei se será<br />Mas a sensação troteando meu peito<br />É, das coisas sem jeito, a que mais me dirá.<br /><br />" Rayanne" (Juliana Luisa Brandão)<br /><a href="http://meucontratempo.blogspot.com">Http://meucontratempo.blogspot.com</a><br /><br />*******<br /><br />poema estranho<br />Se escuta aqui<br />Que não é assim<br />Que não é nada assim<br />Que todo sofrer é ar cênico<br />Mas é .<br />Arsênico.<br /><br /><br />Que não é coisa temporária.<br />Mas é.<br />Água sanitária.<br />Que nem sempre a vida é curta<br />Mas é.<br />Cicuta,<br />Aqui.<br /><br /><br />Escuta aqui<br />Escuta esse último movimento<br /><br /><br />Porque dói.<br />Dói como veneno<br />lá dentro.<br /><br /><br />Czarina das quinquilharias<br /><a href="javascript:ol(">www.sabedoriadeimproviso.wordpress.com</a><br /><br />********<br /><br />ENQUANTO FALO<br />Enquanto a mão explora<br />A pele exposta<br />E contorna a forma firme<br />Que se mostra...<br />Enquanto a língua se enrola<br />Nos pêlos e faz o desenho da trilha<br />Que vai do umbigo à virilha<br />E é percorrida pelos dedos<br />Enquanto os lábios se molham<br />Na saliva que engulo<br />E misturo com o sêmen<br />Que me jorra por dentro...<br />Você lateja e me beija,<br />completo e saciado<br />enquanto na boca guardo<br />(ainda ereto)<br />o gosto do falo<br /><br /><br />Sandra Souza<br /><a href="http://www.feitaemversos.blogspot.com/">http://www.feitaemversos.blogspot.com/</a><br /><br /><strong>Patrocínio Sinos Papelaria</strong><br />(os textos desse blog são protegidos)<br />RESPEITE OS DIREITOS AUTORAIS E A PROPRIEDADE INTELECTUALCopyright © 2007. É proibida a venda ou reprodução de qualquer parte do conteúdo deste site. Este texto está protegido por direitos autorais. A cópia não autorizada implica penalidades previstas na Lei 9.610/98.</div>Larissa Marques - LM@rqhttp://www.blogger.com/profile/04110838933863416412noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-32244815.post-85454339959420767272007-04-09T11:18:00.000-03:002008-12-09T03:19:14.207-02:00bagaceira #5<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitfg6VLrS4Ldi8U7Qtj8GTGb_X-bdAVWJGkViiUrX5Sqr8oNpGAsqugcrZQd9QlJxw4h1txow2xq8bFmK4xElVOGyLh_PyBACIOjayRM3u7JQZG2kjyzTU2CnPaRluhDASYHN0/s1600-h/capa_bg_5.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitfg6VLrS4Ldi8U7Qtj8GTGb_X-bdAVWJGkViiUrX5Sqr8oNpGAsqugcrZQd9QlJxw4h1txow2xq8bFmK4xElVOGyLh_PyBACIOjayRM3u7JQZG2kjyzTU2CnPaRluhDASYHN0/s400/capa_bg_5.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5224456359637105058" /></a><br /><br /><br /><br />Para meu pequeno príncipe...<br />Os mundos se dobram em sua reverência<br />Quem é você que caminha triunfante<br />Rumo às escadarias de seu trono?<br />Descubro-te novo a cada dia<br />Sem padrões ou referências<br />Seu reino é o ócio<br />O hedonismo é sua coroa<br />Cultua apenas sua vida<br />E seu cachimbo esfumaçantes<br />Seus ombros sustentam<br />Seu manto e sua loucura<br />Seu país é seu canto escuro<br />Seus cafés, seus muros<br />Não ousam compará-lo<br />É único, meu dândi...<br />Ah, meu neurótico reizinho!<br />Os tambores de meu peito<br />Ainda clamam por ti<br />Mas flutua majestoso<br />Ignorando meu existir<br />Como ignora seus inimigos<br />Mas não me importo<br />Pois somos todos seus súditos<br />Salve, meu pequeno príncipe!<br /><br /><br /><br /><br />Poema para meu amigo Otávio Augusto Marin<br /><br /><br /><br /><br /><br /><br />Sob teus cabelos ruivos<br />Pousam as borboletas perfeitas<br />Que a natureza pôde criar<br />Nos seus olhos mares<br />Flutuam lúgubres<br />Os veleiros que hão de naufragar<br />Passiva e altiva<br />Dorme em seu leito de pedras<br />Mas nada te fere<br />Nada te atinge<br />Tem uma couraça dura<br />Que envolve sua essência<br />E como num entardecer sem lua<br />Seus cabelos jogam-se<br />Sobre seu rosto perfeito<br />É tudo que almejo ser<br />Sonha, minha cara<br />Pois a vida ainda te espera<br />Sonha, que velo por ti.<br /><br /><br /><br />Para minha querida amiga Caroline Schneider<br /><br /><br /><br /><br />Caminha só pelo vale<br />Que já foi meu<br />Desce seus pensamentos sublimes<br />Sobre a alva bruma matutina<br />Mas é pisoteado pela lentidão<br />Das coisas imóveis<br />Seus olhos miúdos, atentos ao mundo<br />Pedem mais que as águas do rio<br />Trazem mais que as mágoas do martírio<br />E sedentos fitam o infinito.<br />Calmo e sereno, o tempo não tem pressa<br />Mas mesmo com a estática<br />Da vida interiorana<br />Alcança a imensidão<br />Vela altivo as novas que vem de cá<br />Seus pés trazem a mesma terra vermelha<br />Que impregnou os meus<br />São nossas raízes afloradas<br />Em nossas convicções<br />Abre sua boca, que já é sol<br />Em nossa casa.<br /><br /><br />Para meu amigo Túlio Henrique<br /><br /><br /><br /><br /><br />Tua música ainda ecoa<br />Em meu seio<br />Entreguei-me<br />Aos teus sons<br />Soltos, como teus cabelos<br />Mergulhei em seus olhares<br />Mar de Copacabana<br />Num dia ensolarado<br />Adoro teu sorriso<br />E essa tua forma<br />De falar de amor<br />Tua leveza<br />Vence minha angústia<br />Sempre me fará rir<br />Traz a brisa macia<br />E boas novas que vêm de lá.<br /><br /><br />Para meu amigo Leandro Jardim<br /><br /><br /><br /><br />Laríssima pessoa<br />Descobri-me ontem<br />Singularíssima pessoa<br />Now I sing the song<br />Laríssima são todos<br />Singularíssimas pessoas<br />Laríssima, sou<br />Laríssima pessoa.<br /><br /><br />E uma brincadeira minha, para mim mesmaLarissa Marques - LM@rqhttp://www.blogger.com/profile/04110838933863416412noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-32244815.post-15764952794294777062007-04-03T13:17:00.000-03:002008-12-09T03:19:14.291-02:00bagaceira #4<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1tMh-JDih0ISt9VRb9XxIyulljyAmWoFc4iijdBcC1LhRksfwtPLtGdTceUNRhMR_hnQXJHiFKec-dSK4WOjNTNHXGw7BLrJPUOImxduzrEY20iEeeX9jKzrIvv_D03ASYU_M/s1600-h/capa_bg_4.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1tMh-JDih0ISt9VRb9XxIyulljyAmWoFc4iijdBcC1LhRksfwtPLtGdTceUNRhMR_hnQXJHiFKec-dSK4WOjNTNHXGw7BLrJPUOImxduzrEY20iEeeX9jKzrIvv_D03ASYU_M/s400/capa_bg_4.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5224462804620035490" /></a><br /><br /><br /><br /><br />Meu olho esquerdo<br />Não repare<br />Não me olhe muito<br />Pois percebi agora<br />Que meu olho esquerdo<br />É enorme<br />Mais permissivo<br />Mais revelador<br />Menos punitivo<br />Menos constrangedor<br />Quem me dera tivesse<br />Dois olhos esquerdos<br />Para ver apenas um lado<br />Para perceber melhor os outros<br />Pois meu olho direito<br />Só inflama<br />Só me reprime<br />Só me engana.<br /><br />*******<br /><br /><br />As águas como as mágoas<br />Passeiam pelas anáguas<br />Das moças da cidade<br />Que vertem seus olhos<br />Aos rios que nelas deságuam<br />As águas como as anáguas<br />Entregam-se aos igarapés<br />Encharcam-se de mundo<br />Mergulham até o fundo<br />Para voltar à tona<br />Secam.<br />As mágoas e as anáguas<br />Apertam as carnes<br />Sufocam a alma<br />Por que tudo que queriam<br />Era não existir.<br /><br /><br />***********<br /><br /><br />Elegias<br />Cantaram-me poemas doces<br />Quando meu corpo reluzia jovem<br />Na vã adolescência, no rubor das faces,<br />Nos meus falsos pudores, que eram muitos,<br />E minha alma pobre fazia-se esparsa...<br />Fizeram odes de amor de primavera<br />Trovas ao som de bandolins floridos<br />Tanto carinho a mim cedido<br />Enquanto eu me bastava,<br />Que nada disso desejava...<br />Hoje faço elegias silenciosas<br />Choro aquele que fui<br />E que se deixou dizimar<br />Agora lembranças distorcidas<br />De um espelho quebrado em mosaicos.<br /><br /><br />*************<br /><br /><br />Caídos, entregues<br />Corpos lutaram<br />Entre si, não sabe-se<br />Se por amor, ou pela falta<br />Tombaram<br />Esvaídos,<br />Exaustos,<br />Quase que sem mote<br />Entregues à própria sorte<br />Jaz agora, sós...<br />Impróprios,<br />Inoportunos e pobres de si<br />Doaram-se,<br />Esqueceram-se,<br />Ai se fosse só a dor,<br />Ai se fosse só a morte.<br /><br /><br />***********<br /><br />Fotos de todos os locais onde fiz lançamentos no <a href="http://www.latissamarques.com">www.latissamarques.com</a> , na sessão <span style="font-size:130%;"><strong>fotos.</strong></span><br /><strong><span style="font-size:130%;"></span></strong><br /><strong><span style="font-size:130%;"></span></strong><br /><br />RESPEITE OS DIREITOS AUTORAIS E A PROPRIEDADE INTELECTUALCopyright © 2007. É proibida a venda ou reprodução de qualquer parte do conteúdo deste site. Este texto está protegido por direitos autorais. A cópia não autorizada implica penalidades previstas na Lei 9.610/98.Larissa Marques - LM@rqhttp://www.blogger.com/profile/04110838933863416412noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-32244815.post-1160852285655667852006-10-14T15:29:00.000-03:002008-12-09T03:19:14.437-02:00bagaceira # 3<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTyTMp-jcCsDb8a9cAdyt4LZeRTRHei18BMg6j526TQbO5ejKpkv1hTbv-_6iXpFpV2JRf3btQvDeGTrjjDy3o7IEc7kfBIN4pp54pANFnVYnFzH0X2gFBZs1KoMv4bXJUWHNN/s1600-h/capa_bg_3.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTyTMp-jcCsDb8a9cAdyt4LZeRTRHei18BMg6j526TQbO5ejKpkv1hTbv-_6iXpFpV2JRf3btQvDeGTrjjDy3o7IEc7kfBIN4pp54pANFnVYnFzH0X2gFBZs1KoMv4bXJUWHNN/s400/capa_bg_3.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5224459703077590226" /></a><br /><br />Tragédia em seis dimensões<br /><br />No quarto, vovó Lourdes tranqüilamente repousava,<br />Na sala, Pedrinho fazia súplicas em sua oração,<br />Na cozinha, mamãe Maria loucamente berrava,<br />Na varanda, papai José ria para o céu com gratidão,<br />No banheiro, Paulinha descontroladamente chorava.<br />E na garagem... Zezinho esperava ansiosamente o rabecão.<br /><br />Antes rimas baratas e honestas do que prosa medíocre, copiada, xerocada...<br /><br />Otávio Augusto<br /><a href="http://www.ocontistacronico.blogspot.com/">http://www.ocontistacronico.blogspot.com/</a><br /><br /><br /><br /><br /><br />De tudo o que mais gosto<br />Mulher<br />É do sabor<br />Mulher<br />Mesmo se mau gosto<br />Amargo<br />Inclusive nunca uno<br />Como o olhar<br />mulher<br />Sempre infiel<br />Gatuno<br />Porque feito sonho<br />Pão nosso de cada pecado<br />Amasso e vicio<br />Oficio do diabo<br />Amor<br />Paixão não mata<br />Fome<br />Engana a alma<br />Bruma de mentira na fornalha<br />Incha sem encher<br />Engorda de não comer<br />Saciado de bromato<br />Embromo a vida<br /><br />Aluisio Martins<br /><a href="http://fenosefenotipos.zip.net/">http://fenosefenotipos.zip.net/</a><br /><br /><br />JUS ESPERNEANDIS<br /><br /><br />VIVER<br />é jogar um jogo<br />inventado por um demente<br />a quem ninguém conhece<br />e a quem todos chamam Deus<br />O PIOR<br />é que Ele manipula as peças<br />vicia os dados<br />e marca as cartas<br />NINGUÉM o vence<br />nunca<br />e todos somos obrigados a jogar<br />é como se estar no corredor da morte<br />pouco importa<br />o mover-se<br />ou<br />o ficar parado<br />VIVER<br />é um eterno jus esperneandis<br /><br /><br />Cláudio B. Carlos (CC)<br /><a href="http://www.balaiodeletras.blogspot.com/">http://www.balaiodeletras.blogspot.com/</a><br /><br /><br /><br />quero um jardim<br />[em mim].<br />flores cor-de-riso,<br />de-beijo,<br />de-festa.<br /><br />quero uma floresta<br />[em mim].<br />orquestra-de-tons,<br />de-cheiros,<br />de-águas.<br /><br />quero uma vida<br />[em mim].<br />movimento-de-letras,<br />de-imagens,<br />de-pernas.<br /><br />quero uma história<br />[em mim].<br />contada-de-perto,<br />de-tato,<br />e de-olfato.<br /><br />Nanna Branco<br /><a href="http://enfimtudodenovo.blogspot.com/">http://enfimtudodenovo.blogspot.com/</a><br /><br /><br />*(não consegui o espaçamento original do poema)<br /><br /><br />CÁLICE PARA SEMPRE<br /><br />só uma cachaça<br />me embriaga<br />sem problemas.<br />minhas doses diárias<br />de poesia,<br />não me causam azia,<br />causam poemas.<br /><br />Múcio Góes<br /><a href="http://www.e-diversos.blogspot.com">www.e-diversos.blogspot.com</a><br /><br /><br /><br /><br /><br />Meus 52 anos<br />Na certeza dos meus vividos 52 anos<br />Descobri que o bom<br />Era as incerteza dos 32 anos.<br /><br />A vida é esta possibilidade de viver<br />bem o hoje<br />Na incerteza de amanhã!<br /><br />Viva!<br /><br />Bira de Assis<br /><a href="http://www.poeteaviva.blogspot.com">www.poeteaviva.blogspot.com</a><br /><br /><br /><br /><br /><br />POEMINHA TERMINAL<br /><br />Tudo bem, tudo bem,<br />arrebata-me, canção.<br />Me arrasta pelos ares que respiro.<br />Porque pra peito de poeta,<br />todo remédio é placebo sabido.<br />Estou comprimido.<br /><br />Tudo sem, tudo sem,<br />sem problema, faz teu jeito.<br />Tudo sempre faz poema, e eu me viro.<br />Porque quem sente pra canção,<br />faz tempo já cansou do meio são.<br />Estou preventivo.<br /><br />Tudo zen, tudo zen,<br />são meus instantes instantâneos.<br />Centelhas e calmantes que me partem de suspiros.<br />Porque pra quem é arte momentânea,<br />a perda de sentidos funda o branco.<br />Já estou mais brando...<br /><br />Leandro Jardim<br /><a href="http://florespragasesementes.blogspot.com/">http://florespragasesementes.blogspot.com/</a><br /><br /><br />certidão de casamento, em combustão<br /><br />{tenho o fogo!<br />ateei fogo<br />em um laço empapelado<br />agora são apenas cinzas<br />outrora em meu peito um grito<br />que flutuam, caindo em um céu finito<br />me recordo que do pó<br />}reintegrando suas cinzas em fogo{<br />eis que renascerá,<br />ave fênix!}<br /><br />Fernando Couto<br /><a href="http://www.egoemcacos.zip.net">www.egoemcacos.zip.net</a><br /><br /><br /><br />IR<br /><br />Eu decidi.<br />E foi como levantar a espada à altura<br />do nariz<br />Olhar de soslaio<br />E ajeitar o topo da cabeça<br />O chapéu emplumado<br />Flexionar de leve<br />O joelho esquerto<br />Franzir o rosto<br />Gritando"EN GARDE!!"<br />Com o corpo já em movimento transversal<br />A espada mirando no entre-costela.<br />Tinha que ser assim.<br />Se eu respirasse,<br />Mudaria de idéia.<br /><br />Czarina das Quinquilharias<br /><a href="http://www.sabedoriadeimproviso.blogspot.com">www.sabedoriadeimproviso.blogspot.com</a><br /><br /><br />Antitérmico, analgésico,<br />Anfetamina, antidepressivo,<br />Tudo que é corrosivo<br />Para aliviar nevralgias,<br />Dores de viver...<br />Sedativo paliativo reativo<br />Placebos para matar o tempo,<br />Para curar da vida.<br /><br />Larissa Marques<br /><a href="http://www.larissamarquespoeta.blogspot.com">www.larissamarquespoeta.blogspot.com</a><br /><br /><br /><br />(ainda falta 1 poema para editar)Larissa Marques - LM@rqhttp://www.blogger.com/profile/04110838933863416412noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-32244815.post-1157579750843121582006-09-06T18:22:00.000-03:002008-12-09T03:19:14.687-02:00bagaceira # 2<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibsPFSF86rdn4Jil0zS2GHjjUKyT3t0uSo8hRWoreEHtHjIT4JrcJWI0baFlFjOaiUWLwlxBNVOSsJA6ntBilXYwIzpv9YErzO5epv5PJFStV0B2WBgGmRhCceB7B9EvjtYz_C/s1600-h/capa_bg_2.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibsPFSF86rdn4Jil0zS2GHjjUKyT3t0uSo8hRWoreEHtHjIT4JrcJWI0baFlFjOaiUWLwlxBNVOSsJA6ntBilXYwIzpv9YErzO5epv5PJFStV0B2WBgGmRhCceB7B9EvjtYz_C/s400/capa_bg_2.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5224460724318955586" /></a><br /><br /><br />Encosto<br /><br />Sentou-se confortavelmente em sua cadeira acolchoada. Respirou profundamente por duas vezes, pois gostava da sensação do ar fresco enchendo-lhe completamente os pulmões. Corrigiu a postura, aqueceu os pulsos, estalou os dedos todos – um a um, num som alto e doloroso –, coçou a cabeça esboçando um sutil sorriso, estava ficando empolgado.<br />Sentia-se assim sempre que percebia que teria uma idéia ou que a inspiração o tocaria para que pudesse criar, escrever! Da gaveta à esquerda retirou uma belíssima folha em branco e, com todo o cuidado para não dobrá-la, repousou-a suavemente sobre a superfície de madeira, de tal forma que gastou alguns segundos para alinhá-la paralela e perfeitamente em relação à borda da mesa. Sorriu orgulhoso, aproximando o olhar para contemplar as intocadas texturas do papel.<br />De outra gaveta retirou um estojo de madeira antiqüíssimo e, deste, um lápis novinho. Retirou também um apontador de metal e pôs-se a afiar o instrumento, sem pressa alguma, como se aquele ato lhe fosse suficientemente prazeroso para que pudesse continuar a executá-lo eternamente se preciso. Após algumas voltas contra a lâmina de metal, parava e observava o grafite surgir do centro da madeira. Ainda não estava bom, apontou-o mais e mais.<br />Repousou o lápis ao lado do papel com um descaso milimetricamente estudado. Voltou a estalar os dedos, desta vez de forma mais rápida e discreta, remexeu-se na cadeira e respirou fundo novamente. Ah! Estava definitivamente pronto. O claustro repousava sem silêncio, nenhum ruído, nenhuma conversa, nada que pudesse atrapalhá-lo. Dá janela vinha apenas a luminosidade necessária para que pudesse escrever e, constatando tudo isso, empunhou o bendito lápis e usou-o.<br />Escreveu menos que uma dezena de palavras e parou abruptamente. Não estava satisfeito, era mais um de seus clichês dando as caras naquelas poucas palavras. Levantou os olhos para o ambiente em busca de uma outra inspiração, olhando além dos móveis para vasculhar a própria consciência, mas nada.<br />Estava vazio. Por mais que tentasse pensar em algo, encolerizava-se e sentia o rosto enrubescer-se. Não conseguia lidar com sua falta de imaginação e toda vez que lhe faltavam idéias era tomado por uma raiva repentina que de nada o ajudava. Bateu as mãos na mesa e, irritado, esbravejou: “Dragão! Pé-cascudo! Coisa-ruim!”.<br />Quebrou o lápis e arremessou-o para a rua. A folha, pobrezinha, foi compactada em uma pequena bolinha de papel que foi parar sabe-se lá onde. Trêmulo e quase sem fôlego, deixou o quarto batendo a porta com força, ainda resmungando: “Malvado! Porco-sujo!”.<br /><br />Bruno Cardoso<br /><a href="mailto:trenodia@gmail.com">trenodia@gmail.com</a><br /><br /><br /><br /><strong>Noturno</strong><br /><strong></strong><br />Gritos afiados<br />Afinam o rito<br />Amor de guardanapo<br />Dura essa noite<br />Eterna<br />Ternas promessas<br />Pernas<br />Para que te quero?<br /><br />Aluisio Martins<br /><a href="http://www.fenosefenotipos.zip.net">www.fenosefenotipos.zip.net</a><br /><br /><br />A MORTE SENDO<br /><br />quero morrer velho<br />como um jovem,<br />trocando as palavras,<br />as pernas,<br />tremendo as mãos<br />a cada aceno,<br />temendo ou não<br />a cada cena.<br /><br />quero morrer jovem,<br />mesmo estando velho,<br />vítima de um poema,<br />um grave poema alado.<br />sem memória,<br />mas com história<br />para cantar.<br /><br />quero morrer sorrindo,<br />rindo da cara do tempo,<br />com um sol lindo, indo,<br />e eu ali, jogado,<br />com meus poemas<br />e tempo pra tudo que é lado.<br /><br /><br /><br />Múcio Góes<br /><a href="http://www.e-diversos.blogspot.com">www.e-diversos.blogspot.com</a><br /><br /><br /><br /><strong>Naufrágil<br /></strong><br />Soçobra o navio,<br />Mas a banda ainda toca<br />Afunda no frio<br />Sustentando cada nota<br /><br />Soçobram as horas<br />Vai fugindo cada segundo<br />Como se fosse primeiro, agora<br />Subindo-bolha do fundo<br /><br />Soçobram os vazios que a água invade<br />O convés, fustigado pelo granizo<br />Soçobram as meias verdades<br />Com a última tábua do piso<br /><br />Os panos<br />Os ventos<br />As velas<br />As luzes<br />Soçobram<br />Só sobram<br />Sombras.<br /><br />Czarina das Quinquilharias<br /><a href="http://www.sabedoriadeimproviso.blogspot.com">www.sabedoriadeimproviso.blogspot.com</a><br /><br /><br /><br /><strong>A Cor do ego</strong><br /><div><strong></strong></div><div>entre tantos</div><div>entre cantos</div><div>sob tetos e paredes...</div><div></div><div>no labirinto</div><div>na tocaia</div><div>laçado a super- redes...</div><div></div><br /><br />paralelo sem saída<br />ao espelho...<br />paralelo, sem saída<br /><br />torno meus olhos<br />adentro as entranhas<br />e negro, vejo.<br /><br />Fernando Couto<br /><a href="mailto:furdscouto@hotmail.com">furdscouto@hotmail.com</a><br /><br /><br /><strong>Queda</strong><br /><strong></strong><br />A queda faz o pulsar das horas<br />transgredir.<br />Assim como o caminho, as vontades<br />subvertem-se.<br />invertem-se os sentidos e os motivos<br />não divertem.<br /><br />Ruir,<br />o resultado indesejado com seu gosto<br />amargo.<br />Inintensionalmente vai sendo saboreado.<br />a digestão é lenta, asiática,<br />requer paciência.<br /><br />Mas ao desgosto cabe também o destino<br />de todos:<br />morrer,<br />desde o nascimento, aos poucos.<br /><br />Leandro Jardim<br /><a href="http://www.florespragasesementes.blogspot.com">www.florespragasesementes.blogspot.com</a><br /><br /><br /><br /><strong>O centro que me tira do eixo</strong><br /><br />Por que você fica mais à esquerda<br />Do meu, por ti, já pequeno peito,<br />Se você vira o centro do meu ser<br />Nos receados ou ávidos momentos?<br /><br />Talvez por isso que na glória ou na perda,<br />No sol a pino ou no meu leito,<br />Você tire esse ser torto do seu eixo,<br />Já que você pesa mais nesses momentos<br />Tais onde se emaranha o denso!<br /><br />E sendo um fadado centro,<br />mas não estar, em mim, centralizado,<br />Tira-me o eixo e me e se contraria...<br />Rompendo-nos, nos ligeiros giros,<br />Nessas revoluções em forma de dias...<br /><br />Augusto Sapienza<br /><a href="http://www.tomospoeticos.blogspot.com">www.tomospoeticos.blogspot.com</a><br /><br /><br /><br /><br /><strong></strong><br /><strong></strong><br /><br /><p><strong></strong></p>Larissa Marques - LM@rqhttp://www.blogger.com/profile/04110838933863416412noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-32244815.post-1154806787725556122006-08-05T16:21:00.000-03:002008-12-09T03:19:14.787-02:00bagaceira # 1<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQ9K-ZgvSiA8vFk2ZxKD72QuejUSOQws9suZAaTdFQEbdk9C-wdxAFm1dD2TW8YO4cGt4cax4XwsNtib3skGVSJs7JsCXLVRlHNlwRqwJgi6ObZvnpJiH4QVc6BpFB5M17L3Jk/s1600-h/capa_bg_1.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQ9K-ZgvSiA8vFk2ZxKD72QuejUSOQws9suZAaTdFQEbdk9C-wdxAFm1dD2TW8YO4cGt4cax4XwsNtib3skGVSJs7JsCXLVRlHNlwRqwJgi6ObZvnpJiH4QVc6BpFB5M17L3Jk/s400/capa_bg_1.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5224458110556835890" /></a><br /><br />Encontro<br /><br /><br />não há pontes na vertigem<br />talvez o contrário<br />que há também no vôo<br />mas não preciso tirar os pés do chão<br />pra mergulhar no azul<br /><br />quem vai mais alto:<br />ele, o helicóptero,<br />ou eu que sonho?<br /><br />quem vê mais longe:<br />ele, o panorâmico,<br />ou eu que eternizo momentos?<br /><br />entre respostas,<br />fico com o contraste.<br /><br /><br />Leandro Jardim<br /><a href="http://www.florespragasesementes.blogspot.com">www.florespragasesementes.blogspot.com</a><br /><br /><br />O sabor do fel alojou-se na flor<br /><br />forjei-a entregando<br />o semblante de mulher<br />o amargo tempo ao tempo<br />se entrelaçando, meu mel<br />amor de bordel fez-se doces nozinhos<br /><br />rodeios de sorrisos, surpresa<br />contatos físicos, gentileza<br />com muito esmero, feito por mim<br />um brilho de faca, sendo assim<br />cheiro de sangue no ar<br /><br />antes do nó; apenas duas pegadas; areia<br />do mar<br />ainda no nó; a glória de chorar;<br />inovação da alma não mais nó; incapacidade de amar; as<br />raízes da calma<br />dentre o nó; o interlúdio<br /><br />o sabor do mel, alojou-se na dor<br /><br /><br />Fernando Couto<br /><a href="mailto:furdscouto@hotmail.com">furdscouto@hotmail.com</a><br /><br /><br /><br /><br />Deixo claro o manifesto<br />Apologia ao que amo<br />Dedo médio ao que detesto<br />Sou bagaceira<br />Sou mundano<br />Bagaço do engano<br />Filho da hipocrisia<br />E da completa insanidade<br />Que se dane o engenho<br />A cana, a garapa,<br />O álcool, o açúcar, os dramas,<br />Sou bagaceira<br />Que te engana<br />Que fermenta<br />Que fede<br />Incomoda e reclama<br />Sou bagaceira<br />Que inflama.<br /><br />Larissa Marques<br /><a href="http://www.larissamarquespoeta.blogspot.com/">http://www.larissamarquespoeta.blogspot.com/</a><br /><br />Homenagem à pequena amora<br /><br />Foi pequena amora!<br />Pequena, pois tempo foi curto aroma...<br />E fruto, pois intenso foi o sabor...<br />Seu amor feminino, amor<strong>a</strong>!<br /><br />Ardemos como fogo,<br />mas acabou,<br />porque fluímos como água!<br />Não poeto aqui por saudade,<br />te faço apenas, homenagem!<br /><br />Foi amor, aroma, minha amora!<br /><br />Augusto Sapienza<br /><a href="http://tomospoeticos.blogspot.com">http://tomospoeticos.blogspot.com</a><br /><br /><br />O desenho é de autoria de Larissa Marques.<br /><br />RESPEITE OS DIREITOS AUTORAIS E A PROPRIEDADE INTELECTUALCopyright © 2006. 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