18.7.07

bagaceira #8




Pés de nuvens

As ondas
das ruas onde pisam
meus pés de nuvens
nuas cores que passam
através
do tempo ligeiro
escorrem
pelos bueiros
e pelo revés
do amarelo do entremeio
dos portões da vida.

Caroline Schneider
http://monopolio.blogspot.com/

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Pedras do castelo


As pedras no caminho? Guardo todas...
Um dia vou construir um castelo

...

Por muitos caminhos não retos devo guardá-las?
Todas essas pedras que colocam em meu caminho?
Para construir o meu esperado castelo
Na larga terra escolhida para meu definho?

É esse o tal esperado vindouro?
Quando chegar lá, será de pedras o meu tesouro?
Apenas pedras postas ali mesquinhas e obtusas?
Apenas pedras frias, pesadas e mudas?

Elas não passam de frustradas, isso sim!
Pois das montanhas não passam de farelos...
Servem apenas para levantar paredes,
Jamais por si suficientes para construir castelos!

E as janelas, jardim, cama, endereço?
E o reino, rainha, portas e portões?
As pedras têm objetivo maior que o tropeço,
Elas juntas têm habilidade de formar prisões

Assim só terei pedras, apenas pedras terei...
Além de paredes o que mais eu farei???
Talvez me apedrejar de forma voraz...

Então escrevinho:
As pedras no caminho? Deixo para trás...
Nenhum dia vou construir qualquer parede...



Augusto Sapienza
http://tomospoeticos.blogspot.com/

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Brinquedo das madrugadas brancas

Meu realejo de música estúpida
Tirai a sorte do meu maníqueismo triste
Dos fantasmas que comigo dividem a cama
E estamos quites
Das mentiras que engulo como sobremesa
Fui plastificada,encaixotada
Adquirida por uma criança
Que comigo nunca quis brincar




Virei túnel e absinto
Para ratos roerem meus sonhos
Fica aqui mais um instante!
Meu próprio ser é para mim
Lugar medonho
Meu corpo não tenho sentido
Sou vândala das madrugadas brancas
Saqueio,engano,vacilo
Ensaio coisas estranhas


Oro em altares rubros
Marginalizo feras mansas
Aprendiz do obscuro
E ainda assim o brinquedo da criança.

Rita Medusa

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Teu Escravo

Dá-me a cicuta de teus lábios
Embriaga-me em teus prazeres
Mata-me agora com teus venenos
Faz-me teu escravo, teu zumbi

Mumifica meu corpo
E introduza-me em teu mausoléu
Rouba-me deste chão
Rouba-me do céu

Leva-me aos teus lençóis!


Flávio Offer

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Impero-te soberana
Sou rainha de teus poros
Musa de teus pensamentos
Não respiras sem mim
Meus olhos te protegem de tudo
Minha boca profetiza tua história
Minhas mãos afugentam teu medo
Minha voz faz vibrar teu coração...
Só conhecerás a felicidade ao meu lado
Sou teu centro, teu absurdo
Meus ombros carregam tua vida
E cativei-te sempre
Para ter-te por completo, no fim.

Larissa Marques
www.larissamarques.com

Patrocínio Sinos Papelaria

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