9.4.07

bagaceira #5





Para meu pequeno príncipe...
Os mundos se dobram em sua reverência
Quem é você que caminha triunfante
Rumo às escadarias de seu trono?
Descubro-te novo a cada dia
Sem padrões ou referências
Seu reino é o ócio
O hedonismo é sua coroa
Cultua apenas sua vida
E seu cachimbo esfumaçantes
Seus ombros sustentam
Seu manto e sua loucura
Seu país é seu canto escuro
Seus cafés, seus muros
Não ousam compará-lo
É único, meu dândi...
Ah, meu neurótico reizinho!
Os tambores de meu peito
Ainda clamam por ti
Mas flutua majestoso
Ignorando meu existir
Como ignora seus inimigos
Mas não me importo
Pois somos todos seus súditos
Salve, meu pequeno príncipe!




Poema para meu amigo Otávio Augusto Marin






Sob teus cabelos ruivos
Pousam as borboletas perfeitas
Que a natureza pôde criar
Nos seus olhos mares
Flutuam lúgubres
Os veleiros que hão de naufragar
Passiva e altiva
Dorme em seu leito de pedras
Mas nada te fere
Nada te atinge
Tem uma couraça dura
Que envolve sua essência
E como num entardecer sem lua
Seus cabelos jogam-se
Sobre seu rosto perfeito
É tudo que almejo ser
Sonha, minha cara
Pois a vida ainda te espera
Sonha, que velo por ti.



Para minha querida amiga Caroline Schneider




Caminha só pelo vale
Que já foi meu
Desce seus pensamentos sublimes
Sobre a alva bruma matutina
Mas é pisoteado pela lentidão
Das coisas imóveis
Seus olhos miúdos, atentos ao mundo
Pedem mais que as águas do rio
Trazem mais que as mágoas do martírio
E sedentos fitam o infinito.
Calmo e sereno, o tempo não tem pressa
Mas mesmo com a estática
Da vida interiorana
Alcança a imensidão
Vela altivo as novas que vem de cá
Seus pés trazem a mesma terra vermelha
Que impregnou os meus
São nossas raízes afloradas
Em nossas convicções
Abre sua boca, que já é sol
Em nossa casa.


Para meu amigo Túlio Henrique





Tua música ainda ecoa
Em meu seio
Entreguei-me
Aos teus sons
Soltos, como teus cabelos
Mergulhei em seus olhares
Mar de Copacabana
Num dia ensolarado
Adoro teu sorriso
E essa tua forma
De falar de amor
Tua leveza
Vence minha angústia
Sempre me fará rir
Traz a brisa macia
E boas novas que vêm de lá.


Para meu amigo Leandro Jardim




Laríssima pessoa
Descobri-me ontem
Singularíssima pessoa
Now I sing the song
Laríssima são todos
Singularíssimas pessoas
Laríssima, sou
Laríssima pessoa.


E uma brincadeira minha, para mim mesma

2 comentários:

Lunna Guedes disse...

Visitas no começo da madrugada... Alguns lugares (como este) estou a descobrir e que composição mais interessante...
Sua alma me atraí! Acho que nossa composição se assemelha em coisas tão simples e densas.
Isso é apavorante e ao mesmo tempo muito agradável porque de repente aquela sensação de que não existe ninguém igual a você no mundo desaparece e isso é interessante.
Abraços menina moça.

Anônimo disse...

Que homenagem esta! Que vida é esta que me mostra abrigo de mim reluzido em seus versos? Os tempos de cá, você conhece bem, mas os ventos mudam e pretendo adorná-lo em meu corpo astuto sobre essa lânguida cidade sitiada. Abraços carinhosos demais!!!!

Túlio Henrique